Os funcionários e professores do Centro Paula Souza (Ceeteps), que agrega 143 Escolas Técnicas (ETEs) e 39 faculdades de tecnologia (Fatecs) no Estado de São Paulo, entraram em greve no dia 1º/3 e decidiram suspendê-la em assembléia geral realizada no dia 5. No dia 18/3, haverá uma nova assembléia para decidir os rumos do movimento.

A greve reivindicava reajuste salarial de 65% para funcionários e docentes, enquadramento na carreira para os funcionários e garantia de emprego. Na véspera do ato de lançamento da greve, realizado no dia 29/2, a Superintendência do Ceeteps anunciou na imprensa e comunicou às unidades um plano de carreira que chegaria à Assembléia Legislativa no dia 15/3. O Sindicato dos Trabalhadores do Ceeteps (Sinteps) não teve acesso a este plano porque, segundo a superintendente Laura Laganá, o governo do Estado não permitiu que ele viesse a público.

Apesar disso, alguns dados do plano de carreira já foram divulgados pela superintendente: nas ETEs, a hora-aula inicial passaria dos atuais R$ 6,89 para R$ 10,00 (correção de 45,13%), e a final de R$ 13,77 para R$ 17,62% (correção de 27,95%); nas Fatecs a hora-aula inicial passaria dos atuais R$ 8,90 para R$ 18,00 (correção de 102,24%), e a final de R$ 18,29 para R$ 28,32 (correção de 54,83%). Os funcionários não receberiam qualquer reajuste, mas seriam enquadrados em carreira.

Promessa antiga

Neusa Santana Alves, presidente do Sinteps, alerta: “A promessa de plano de carreira não é de agora, vem desde 2004 para os docentes e desde 1998 para os funcionários”. Segundo ela, agora a categoria vai esperar a entrada deste plano na Alesp “porque se entra, você o tem em mãos e pode avaliar se cabe mais, se ele se sustenta”.

Desde 2005, os trabalhadores do Ceeteps estãoá sem reajuste salarial, nem mesmo para cobrir a inflação, o que faz os “salários nas ETEs e Fatecs serem os piores da região Sudeste na área de educação pública”, na avaliação do Sinteps. Segundo Salomão Choueri Junior, professor da ETE Jorge Street, em São Caetano do Sul, o salário é tão ruim que “o professor acaba procurando emprego em faculdades particulares e trabalhando em três períodos para manter o poder aquisitivo que tinha dez anos atrás. O que se está propondo (65% de reajuste) é a reposição de perdas, não é aumento salarial”.

Neusa avalia que a greve começou bem, pois cerca de dez unidades entraram em paralisação total ou parcial. No ato de lançamento, estiveram presentes, em apoio à luta do Ceeteps, representantes das universidades estaduais paulistas. Para Sérgio Henrique, representante do DCE da Unicamp, o mesmo processo de privatização e precarização do trabalho que está acontecendo nas universidades estaduais paulistas ocorre nas escolas e faculdades técnicas. Por isso, segundo ele, é preciso juntar forças contra o sucateamento da educação.

 

Matéria publicada no Informativo n° 253

EXPRESSO ADUSP


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