Trabalhadores do Ceeteps decidem suspender a greve
Ato de lançamento da greve, em 13/5

A assembleia de funcionários e professores do Centro Paula Souza (Ceeteps) realizada em 13/6 decidiu suspender a greve iniciada exatamente um mês antes. No debate que antecedeu a votação sobre os rumos do movimento, foi avaliada a necessidade de realizar um recuo estratégico neste momento, manter a mobilização e acumular forças para avaliar as propostas concretas do governo nas próximas reuniões. Caso elas não atendam à categoria, o indicativo é de retomada da greve em agosto.

Na assembleia, os trabalhadores aprovaram a manutenção da comissão permanente de negociação, composta por membros do Sinteps e do Comando Central de Greve. Além de participar das negociações, esta comissão vai impulsionar o debate sobre a nova carreira nas unidades.

A decisão de suspender a greve foi tomada logo após o término da negociação entre o Sinteps/Comando Central de Greve e os secretários estaduais Paulo Barbosa (Desenvolvimento), Júlio Semeghine (Gestão) e a professora Laura Laganá, superintendente do Ceeteps. Na reunião, o sindicato apresentou um estudo comprovando a possibilidade de concessão de progressão a todos os trabalhadores, sem que isso extrapole o orçamento do Ceeteps em 2011.

“Melhorias”

No dia 20/6 ocorreu nova reunião entre Sinteps/Comando Central de Greve, Superintendência do Ceeteps e representantes das secretarias de Desenvolvimento e de Gestão. O objetivo foi informar as “melhorias” para os servidores administrativos do Ceeteps, conforme havia sido acordado durante a greve.

A superintendente Laura Laganá informou que haverá uma equivalência das carreiras existentes no Centro com as demais carreiras do funcionalismo paulista. O critério geral utilizado, segundo ela, foi analisar a situação de cada função após a aplicação do reajuste de 11%. Para as que permanecessem abaixo dos salários recebidos nas demais carreiras, haverá a equivalência.

Assim, embora formalmente as “melhorias” estendam-se a 39,48% dos funcionários em emprego público permanente (celetistas, autárquicos e, inclusive, os aposentados), o que corresponde a 1.129 pessoas, a realidade não é bem essa. Na prática, os trabalhadores das referências 1, 2 e 3, que recebem hoje R$ 630,00 (com o abono complementar), passarão a receber R$ 700,00 na referência 1 e R$ 710,00 nas referências 2 e 3. Ou seja, receberão, na prática, pouco acima dos 11% de reajuste.

Apenas 8,98% dos funcionários (257 pessoas) estão sendo beneficiados, de fato, com a equivalência. Todos os funcionários com três anos de efetivo exercício, a partir de 1º de maio de 2008, concorrerão à progressão por mérito. Os que forem contemplados terão mais 5% sobre os novos salários, retroativamente a 1º de junho.

FIA em cena

No dia 21/6, nova reunião deu início às discussões sobre o plano de carreira. Além da superintendente e do vice-superintendente, professor César Silva, estavam presentes Gabriela Bayeh, da Secretaria de Gestão, e Luís Arnaldo Pereira da Cunha Júnior, da Fundação Instituto de Administração (FIA), contratada pelo Ceeteps para desenvolver o novo plano.

Nesta primeira reunião, foram apresentadas as premissas do plano. A superintendente frisou que não se trata de “posições fechadas”. Segundo ela, é preciso termos claro que “nem tudo o que sonhamos é possível” e que “nem tudo o que for discutido no âmbito do Ceeteps será necessariamente aprovado pelo governo, pois pode haver limitações orçamentárias”.

Ao final da reunião, os representantes dos trabalhadores enumeraram algumas propostas que consideram importantes no debate: estabelecimento de carreira única (ETECs e Fatecs); implantação de jornada para os docentes; cumprimento, no mínimo, do que estabelece a Lei Nacional do Piso (1/3 da jornada destinado às horas atividades); incentivo efetivo à qualificação de professores e funcionários (afastamento remunerado também para as especializações, congressos e eventos das respectivas áreas etc); definição clara dos critérios de avaliação para todos os trabalhadores (professores, auxiliares e administrativos); definição de política salarial.

 

Informativo n° 328

 

EXPRESSO ADUSP


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