Revista traz caderno especial sobre mortos e desaparecidos políticos vinculados à USP

 

Circulará a partir desta semana a edição 53 da Revista Adusp, cuja reportagem de capa relata a tragédia que se abateu, em 1968, sobre dois estudantes bolivianos da USP, os irmãos Juan Antonio (Instituto de Física) e Jorge Rafael Forrastal (Escola Politécnica). Jorge foi preso na invasão do Crusp pelo II Exército, em dezembro daquele ano, logo após a edição do AI-5, e torturado. Dias depois, Juan foi ao II Exército à procura do irmão. Foi então preso e também submetido a torturas. Li­ber­tado em 1969 com o irmão, mas psicologicamente ator­mentado, Juan jamais se recuperou das violências sofridas, suicidando-se em 1972. A USP não tomou qualquer providência para libertar nem os irmãos Forrastal, nem, ao que se saiba, os demais presos no Crusp.

A reportagem de capa integra um caderno especial que pretende subsidiar as comissões da verdade que vierem a ser criadas pela USP. São pelo menos 47 os mortos ou desaparecidos políticos no período da Ditadura Militar que possuíam algum vínculo com a Universidade, entre docentes, alunos e ex-alunos. A edição 53 retoma os casos da professora Ana Rosa Kucinski (assassinada em 1974) e do jornalista e professor Vladimir Herzog (assassinado em 1975), agora sob o prisma do comportamento das unidades a que pertenciam: Instituto de Química e Escola de Comunicações e Artes.

A edição 53 aborda também a situação contemporânea da repressão insti­tu­cional aos movimentos so­ciais pela Reitoria da USP; a explosiva questão das Polícias Militares no Brasil; uma severa crítica ao projeto de privatização da educação pública, defendido pelos “reformadores empresariais”, em entrevista concedida pelo professor Luiz Freitas, da Uni­camp; e um retrato acurado da crise do ensino superior na Espanha e em Portugal, provocada pelos cortes no financiamento público. Traz, ainda, ampla reportagem sobre a Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP).

 

Informativo nº 353

 
 

EXPRESSO ADUSP


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