O Instituto de Psicologia (IP-USP) retomou o debate da Comissão da Verdade, durante a Semana de Psicologia. No dia 17/8, no anfiteatro Carolina Bori, foi realizada a mesa redonda “Tortura e Comissão da Verdade”, com a participação do professor Luis Galeão da Silva (IP), do jornalista Pedro Pomar (Revista Adusp) e do aluno João Pedro Munhoz, representante da Federação Nacional dos Estudantes de História. 

“A tortura tem uma triste e persistente presença na nossa sociedade, desde o período colonial”, explanou Galeão, lembrando que a sua prática pelos aparatos estatais coercitivos (como a Polícia Militar) continua a vitimar as populações mais vulneráveis. Citou Hélio Pellegrino: submetido à tortura, "o sujeito se transforma em objeto”. 

Pomar historiou as diferentes etapas da criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e apontou suas limitações, resultantes de pacto entre governo e chefes militares. Disse que 40 pessoas ligadas à USP foram assassinadas pela Ditadura Militar, e que a instituição forneceu ao regime quadros como Gama e Silva e Delfim Netto.

Munhoz afirmou que a CNV “é feita no sentido de criar um discurso oficial sobre a Ditadura” (que define como empresarial-militar) e lembrou que são apenas sete pessoas, para investigar 42 anos (1946-1988). Denunciou as atuais políticas de extermínio: “O inimigo interno, que era o militante comunista, hoje são os jovens negros e pobres da periferia”.

 

Informativo nº 350

EXPRESSO ADUSP


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