Alessandro Soares da Silva, 34 anos, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas (EACH), iniciou a docência na USP em 2007, menos de dois meses depois de obter o título de doutor. Ele pediu sua filiação à Adusp durante a greve do mesmo ano, continuando a participação política que iniciou no movimento estudantil. “Sempre tive participação ativa em todos os meios de que participei, no movimento estudantil e nos movimentos sociais. Independentemente de apoiar ou não a diretoria que está na associação, é importante filiar-se e depois fazer as análises das atenções dadas a demandas locais”, conta Alessandro. O professor do curso de Marketing (EACH) Marcelo Ventura Freire, 32 anos, também é um novo associado. Filiou-se neste ano à Adusp “porque assim a gente não fica sozinho”. “Oficialmente, a Adusp me representa. Não dá para todos os professores individualmente se representarem, e a Adusp faz esse papel. Além disso, eu posso reclamar com a Adusp se não concordar com seus posicionamentos. Sendo filiado oficial eu tenho todo direito para reclamar e ser ouvido”, diz.

Aposentadoria

Alessandro e Marcelo concordam que uma preocupação dos novos professores é o regime de aposentadoria para servidores públicos regulamentado pela Reforma da Previdência de 2003, e dizem que a luta pela aposentadoria dos docentes que ingressaram após esse ano deve ser travada pela Adusp. Na opinião de Alessandro, “vamos ter professores aposentados de primeira grandeza e de segunda grandeza. Faltará eqüidade. A Adusp tem o dever de empreender essa luta. É uma pauta real”.

Isso é uma das questões que o sindicato pode começar a trabalhar, porque vai se tornar cada vez mais freqüente. Grande parte dos filiados da Adusp hoje não tem essa preocupação, mas daqui uns dez anos vai afetar a maioria dos associados. Não é um incêndio para apagar, não é uma pauta para ontem. Então, acaba não sendo a primeira das reclamações. Mas é uma preocupação sim”, comenta Marcelo.

Pesquisa e infra-estrutura

Para Alessandro, uma dificuldade encontrada no início da atividade docente foi a falta de recursos para pesquisas: “A gente é obrigado a fazer pesquisa, a publicar. Mas eu sou recém-doutor e não tenho nenhum projeto aprovado na Fapesp ou no CNPq, então não tenho auxílio nenhum para pesquisa. Internamente não existe nenhuma forma de apoio à pesquisa”. Segundo ele, o financiamento das pesquisas nas universidade públicas pelas agências de fomento não é equânime, porque privilegia pesquisa técnicas. Já Marcelo vê como dificuldade para o começo da carreira a infra-estrutura inadequada da sua unidade: faltam funcionários, salas de professores e há poucos recursos para informática.

 

Matéria publicada no Informativo n° 257

EXPRESSO ADUSP


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