Serviço Público
Na República, funcionalismo repudiou “pacote” de Tarcísio, que é alvo de audiência pública nesta terça (24/10), na Alesp
Na última sexta-feira (20/10), em ato realizado na Praça da República, na capital paulista, o funcionalismo público estadual manifestou seu repúdio ao “pacote” de medidas encaminhado à Assembleia Legislativa (Alesp) pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que resultará, se aprovado, na redução da verba da educação, na privatização da Sabesp e numa reforma administrativa que deverá cortar milhares de cargos do governo estadual.

No mesmo local, antes do ato público, denominado “Grito pela Educação Pública de Qualidade para os Filhos e Filhas da Classe Trabalhadora, Serviços Públicos de Qualidade e Direitos do Funcionalismo”, a Apeoesp-Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo reuniu a categoria em assembleia, convocada sob o mote “Tarcísio, tire as mãos da educação”. A PEC 9/2023, se aprovada, reduzirá de 30% para 25% do Orçamento estadual a verba destinada ao setor. A perda é estimada em R$ 10 bilhões por ano.
De acordo com a Apeoesp, a assembleia aprovou calendário imediato de ações, “para as quais convocamos toda a nossa categoria, para derrotarmos o corte de verbas da Educação, a privatização da Sabesp e a reforma administrativa”. Nesta terça-feira (24/10), está prevista concentração na Alesp, com vistas à participação na Audiência Pública sobre os projetos do governo, marcada para 15h, além de visitas aos gabinetes de parlamentares.

“No dia 3 de outubro o governador Tarcísio disse que estava fazendo só estudos. Mas na mesma semana ele estava implementando os planos de terceirização do Metrô. E nesta semana encaminhou um projeto de lei para privatizar a Sabesp”, denunciou, durante o ato na República, Camila Ribeiro Duarte Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários, após referir-se à greve unificada realizada naquela mesma data, que reuniu, além da sua categoria, os ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e trabalhadores(as) da Sabesp.
“Nós ficamos muito orgulhosos da força do dia 3. Mas a gente vai ficar ainda mais orgulhoso para construir um dia maior ainda, e o Tarcísio enfrentar mais uma grande greve unificada dos trabalhadores de São Paulo, contra as privatizações, contra o ataque à educação, contra o ataque ao povo trabalhador do estado de São Paulo”, acrescentou Camila.

A privatização da Sabesp, prevista no projeto de lei 1.501/2023, foi alvo de novas críticas do professor Pedro Luis Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP). Em entrevista concedida à Rádio USP, o docente apontou inconsistências na proposta do governo estadual de subsidiar a empresa privada que vier a assumir o controle acionário da Sabesp. Sem os subsídios, as tarifas cobradas dos consumidores se tornarão mais altas.
Os dois projetos e a PEC encaminhados pelo governador tramitam em regime de urgência, o que dificulta a resistência da Oposição e do funcionalismo.
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