Uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, tomada em outubro de 2005, desencadeou uma campanha pela reestatização de uma das principais empresas brasileiras. Em outubro de 2005, a 5ª Turma do TRF de Brasília determinou o prosseguimento de uma ação popular de 1997 que pede a anulação do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e sua retirada do Programa Nacional de Desestatização, criado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

A venda da CVRD, uma das maiores mineradoras do mundo, será submetida a uma perícia técnica. “O objetivo é elucidar a suspeita de que o patrimônio da empresa foi subestimado no processo de avaliação que antecedeu o leilão de privatização. Comprovado o prejuízo, os responsáveis podem ser condenados a ressarcir o erário”, informou em seu blog o jornalista Josias de Souza.

Privatizada em 1997 por um consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN, também ela uma empresa privatizada) e pelo empresário Benjamin Steinbruch, que adquiram 41,73% das ações da empresa pela quantia de R$ 3,3 bilhões, em valores da época, em 2005 a CVRD obteve lucro estimado de R$ 12,5 bilhões. Atualmente seu patrimônio é calculado em R$ 100 bilhões, e a União detém somente 6,1% das ações.

FHC, réu no processo

Figuram como réus no processo reexaminado pelo TRF de Brasília a União, o BNDES e FHC. Em decisão de primeira instância, um juiz federal do Pará havia mandado extinguir o processo. O recurso ao TRF teve como relatora a desembargadora Selene Maria de Almeida, que anulou a decisão de primeira instância, determinando a reabertura do caso.

 

Matéria publicada no Informativo nº 216

EXPRESSO ADUSP


    Se preferir, receba nosso Expresso pelo canal de whatsapp clicando aqui

    Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!