Universidade
Estudantes decidem encerrar greve após Diretoria da Faculdade de Medicina concordar com a formação de comissões mistas para debater reivindicações
Os(as) estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) decidiram nesta segunda-feira (1º/4) encerrar a greve iniciada no dia 8/3. A greve incluiu uma paralisação do internato de 21 a 23/3.
De acordo com o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC), a decisão pelo fim da greve foi resultado da expectativa de manutenção do diálogo aberto com a Diretoria da faculdade, conquistado por meio do movimento, e que levou à formação de três comissões mistas incumbidas de debater cada uma das pautas dos(as) estudantes.
A greve também conquistou a revogação da notificação extrajudicial expedida pela Diretoria da FMUSP no início de março, que ameaçava retirar o termo de permissão de uso do espaço do chamado “Porão”, histórico espaço estudantil na unidade.
O restaurante ali existente terá prazo até o próximo dia 1º/7 para deixar o local. A reivindicação de revogar a notificação e expandir o prazo de saída do restaurante integrava os quatro pontos de pauta da mobilização estudantil e foi atendida em reunião realizada no dia 13/3 entre a Diretoria da FMUSP e o CAOC.
As demais pautas da greve estudantil, que serão debatidas nas comissões mistas, englobam o fim do programa “Experiência HCFMUSP na Prática”, curso pago oferecido pela Fundação Faculdade de Medicina (FFM, privada), que na visão discente caracteriza a mercantilização e privatização do ensino público, uma vez que promete a estudantes de Medicina de faculdades privadas uma “imersão no maior complexo hospitalar da América Latina”, por R$ 8.450 em 12 parcelas; a revisão da prova de residência, cujo modelo atual negligencia a real prática médica ao tornar 90% da nota final dependente exclusivamente de prova teórica de múltipla escolha; e negociações para a manutenção de um restaurante universitário subsidiado.
Até a tarde desta quarta-feira (3/4), a Diretoria da FMUSP não havia divulgado nenhuma manifestação sobre o final da greve.
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