“A decisão do governo federal de suspender eventos oficiais que suscitariam reflexões sobre o golpe militar de 1964 somente contribui para tentativas de apagamento e silenciamento sobre um dos períodos mais violentos da nossa história”. A crítica parte da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, coletivo constituído por quase uma centena de entidades ligadas ao funcionalismo público estadual, e consta de nota emitida nesta quarta-feira, 3 de abril.

“Além disso, há muito o que se desvendar sobre os 21 anos da ditadura, de forma que é fundamental a reativação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, extinta durante o governo Bolsonaro-Mourão, além de avançar no trabalho realizado pela Comissão Nacional da Verdade, cujas atividades foram encerradas em dezembro de 2014”, prossegue a nota da Frente Paulista, intitulada “60 anos do golpe militar: por memória, verdade, justiça e reparação!”.

A preservação da memória “é aspecto fundamental para as lutas contra revisionismos históricos e para a busca por alguma reparação às pessoas que foram perseguidas, exiladas e torturadas, assim como aos(às) familiares e amigos(as) das milhares de pessoas que foram assassinadas pela ditadura militar, dentre essas mais de 8 mil indígenas”, acrescenta a nota.

“É inadmissível que o governo brasileiro se renda aos ditames de setores das Forças Armadas que, junto com a extrema-direita, defendem o golpismo militar ou institucional para depor presidentes eleitos e substituir a democracia por uma forma autoritária e antipopular de governo”, diz a Frente Paulista. “Dado o avanço da extrema-direita no Brasil, a manutenção da memória e a busca por verdade são fundamentais para a defesa inconteste da democracia”. Leia a seguir a íntegra da nota.

“60 anos do golpe militar: por memória, verdade, justiça e reparação!”

A Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, coletivo composto por mais de 90 associações, sindicatos, federações, confederações, centrais e entidades representativas do funcionalismo público paulista, se junta às entidades, movimentos e coletivos que rememoram os 60 anos do golpe militar no Brasil.

A preservação da memória é aspecto fundamental para as lutas contra revisionismos históricos e para a busca por alguma reparação às pessoas que foram perseguidas, exiladas e torturadas, assim como aos(às) familiares e amigos(as) das milhares de pessoas que foram assassinadas pela ditadura militar, dentre essas mais de oito mil indígenas.

A decisão do governo federal de suspender eventos oficiais que suscitariam reflexões sobre o golpe militar de 1964 somente contribui para tentativas de apagamento e silenciamento sobre um dos períodos mais violentos da nossa história.

Além disso, há muito o que se desvendar sobre os 21 anos da ditadura, de forma que é fundamental a reativação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, extinta durante o governo Bolsonaro-Mourão, além de avançar no trabalho realizado pela Comissão Nacional da Verdade, cujas atividades foram encerradas em dezembro de 2014.

É inadmissível que o governo brasileiro se renda aos ditames de setores das Forças Armadas que, junto com a extrema direita, defendem o golpismo militar ou institucional para depor presidentes eleitos e substituir a democracia por uma forma autoritária e antipopular de governo. De forma descabida, as Forças Armadas continuam agindo como uma espécie de “quarto poder”.

Dado o avanço da extrema-direita no Brasil, a manutenção da memória e a busca por verdade são fundamentais para a defesa inconteste da democracia.

Por isso, somamo-nos às vozes que bradam: “Para que não se esqueça, para que não continue acontecendo!”.

EXPRESSO ADUSP


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