No Sarau, pesquisadora impressiona ao relatar casos de assédio moral
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Sarau debateu temas abordados na Revista Adusp 48

O relato consistente e fundamentado de diversos episódios de assédio moral ocorridos recentemente no Brasil, tendo como vítimas trabalhadores dos mais diferentes setores (e até mesmo um alto executivo da indústria farmacêutica), causou forte impressão no debate realizado em 22/10, durante o Sarau da Adusp.

A médica e professora Margarida Barreto, que vem pesquisando o tema, explicou que nas últimas décadas, com o advento das mudanças provocadas pela reestruturação mundial do capitalismo, novas doenças ocupacionais, relacionadas ao psiquismo dos trabalhadores, ganharam espaço, entre elas a Síndrome de Burnout. O assédio moral tornou-se um fenômeno corrente, tendo como contrapartida o adoecimento mental e os suicídios de trabalhadores.

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Professora Margarida

Um dos relatos mais chocantes feitos por Margarida diz respeito a um trabalhador industrial qualificado que, encarregado de múltiplas tarefas, terminou por sofrer um grave acidente (queimadura) que desfigurou parcialmente seu rosto. Depois de um demorado esforço pessoal, apoiado pela esposa e pelos colegas de trabalho, conseguiu recuperar-se física e mentalmente, e retornou à mesma função, por decisão própria. Um ano após, uma vez findo o período legal de estabilidade, ele foi demitido pela empresa. Não suportando a demissão, suicidou-se.

Margarida frisou que a mesma lógica está instalada na universidade que, ao tratar o conhecimento como mercadoria, incentiva a competição e a “eficiência” através do produtivismo.

A edição 48 da Revista Adusp foi lançada no Sarau, que também contou com uma bonita apresentação musical de Beatriz Raposo, docente da FFLCH. Cantora lírica, Bia interpretou composições de Villa-Lobos e Tom Jobim.

 

Informativo nº 316

EXPRESSO ADUSP


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