Defesa do Ensino Público
No Twitter, ministro Weintraub dá a entender que está “buscando solução” para auxiliar movimento “Escola sem Partido”
Ao responder a um seguidor na rede social Twitter, que lhe perguntou, em 10/8, “por que Vossa Excelência ignora o @escolasempartid?”, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que está “buscando uma solução” para isso, sem entrar em detalhes. “Espero ter novidades ainda em agosto”, acrescentou. O fato foi noticiado pelo Portal IG e jornal O Globo em 11/8.
Recentemente o “Escola sem Partido” havia anunciado a sua dissolução por suposta falta de recursos financeiros. No entanto, em 1o/8 o próprio perfil desse movimento de extrema-direita no Twitter divulgou que obteve “os recursos materiais de que necessitava para prosseguir e avançar em sua luta contra a doutrinação, a propaganda e o assédio ideológico, político e partidário nas escolas e universidades”, graças a “alguns empresários” que “compreenderam a importância e seriedade do trabalho que estamos realizando há mais de 15 anos, e decidiram investir para impulsionar a nossa causa”.
Weintraub tem mais de 200 mil seguidores no Twitter e usa a plataforma para agredir as universidades, os movimentos sociais e a esquerda em geral. “O Brasil está mudando! Essa tigrada precisa saber que os brasileiros acordaram!”, postou Weintraub em 9/8, comemorando o fato, citado em mensagem que retuítou, de que o ativista Guilherme Boulos foi impedido de participar de um debate na sede do Instituto Federal do Paraná. (Mais tarde, o próprio Boulos lhe responderia: “O debate aconteceu e foi na rua, em frente ao IFPR. Aliás, com muito mais gente do que caberia no auditório. A censura não funcionou, ministro”).
Na mesma data, Weintraub postou a frase “Eu acordo cedo”, que deu origem a dezenas de respostas sarcásticas de outros usuários do Twitter. “Deveria ficar dormindo! O pior Ministro da Educação da História desse país”, rebateu uma usuária. “Para ter mais tempo de ser obtuso”, disse outra. “E tira férias mais cedo ainda”, postou outro, repassando uma reportagem de TV sobre o período de descanso do ministro em Santarém (PA), que ele gozou embora tivesse menos de quatro meses à frente do MEC.
Nessa mesma sequência, Weintraub também recebeu mensagens de apoio e outras de seguidores que lhe fazem consultas. “Ministro, o senhor acha que é possível o Escola sem Partido ser implantado aqui em Brasília, mesmo inundada pelo marxismo cultural da UnB, e outras universidades?”, indagou um perfil. “Ministro, preciso fazer uma denúncia de doutrinação em sala de aula em Lauro de Freitas, Bahia. Já fizemos no site do ministério, sem resposta ainda. Tenho os vídeos. Como fazer que cheguem ao senhor?”, indagou outro.
Na capital paulista, a luta em defesa das liberdades de ensinar e de aprender viverá um importante momento neste próximo sábado (17/8), das 9 às 13 horas, quando o Comitê de Luta pela Educação Sem Censura realizará, na Faculdade de Direito da USP (Largo São Francisco), o debate “Democracia e Educação”, com a participação de Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, e do professor Fernando Cássio, da Universidade Federal do ABC (UFABC).
O Comitê de Luta pela Educação Sem Censura é constituído por um numeroso conjunto de sindicatos de profissionais do ensino e outras entidades e grupos ligados ao setor da educação, que entenderam a necessidade de urgente contraposição ao movimento “Escola sem Partido” e aos projetos de lei por ele patrocinados, como o que tramita atualmente na Câmara dos Deputados.
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