Defesa da Universidade
Entidades questionam MP-SP sobre quadro de improbidade administrativa no HU
Os representantes da Adusp, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e do Coletivo Butantã na Luta no Grupo de Trabalho do Hospital Universitário (GT-HU) da USP encaminharam no último dia 16/3 ao promotor Arthur Pinto Filho, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) um ofício em que o questionam, respeitosamente, sobre “a sua possibilidade e a sua disposição no sentido de contribuir para que a situação à qual o HU está submetido possa ser modificada”.
“O acompanhamento dessa unidade de ensino, pesquisa e extensão da USP na área de saúde, em especial nos últimos oito anos e, sobretudo, mais recentemente neste ano de pandemia nos leva a crer que podemos estar submetidos a um quadro de improbidade administrativa”, afirma o documento.
As entidades apontam que desde a sua criação, em junho do ano passado, o GT-HU tem se reunido com regularidade, solicitado informações e feito sugestões ao Conselho Deliberativo (CD-HU) “acerca da organização e do funcionamento deste importante equipamento de saúde que é o HU, unidade de ensino, pesquisa e extensão da USP”.
Porém, “sistematicamente e não raro”, prossegue o ofício, “as respostas da direção do HU (Superintendência, CD-HU e, por decorrência, Reitoria da USP) têm sido incompletas, portanto insuficientes, revelando certa leniência que evoca eventual descaso para com as iniciativas do GT-HU”.
As entidades lembram que os 24 ofícios já encaminhados pelo GT-HU à Superintendência do HU, que são de conhecimento do MP-SP, “relatam passo a passo as iniciativas realizadas, que até o presente momento têm sido pouco acolhidas”, razão pela qual dirigem ao promotor o questionamento sobre o possível quadro de improbidade administrativa na instituição.
Abaixo-assinado reivindica abertura de leitos ociosos no hospital
Profissionais da saúde da rede municipal, em especial da Zona Oeste de São Paulo, lançaram um manifesto online pela abertura de leitos no HU e pelo funcionamento pleno do hospital.
“Sabemos da existência de leitos ociosos em um dos hospitais mais importantes da região, o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). O HU-USP é o único hospital de grande porte da região e cumpre papel crucial no atendimento à saúde de mais de 500 mil pessoas. Ali sobram leitos, mas faltam profissionais, uma situação inadmissível”, afirma o manifesto, que ressalta a infraestrutura já existente no HU e a necessidade de contratação de profissionais “para o funcionamento integral do hospital durante e depois da crise”.
O documento conclama o apoio de agentes públicos, sociedade civil, conselhos gestores, entidades de classe, instituições de saúde e de ensino para o enfrentamento da situação. “Pedimos pela abertura dos leitos ociosos do Hospital Universitário da USP e contratações imediatas para o hospital e para a rede de atenção básica da região, com garantia de educação permanente e capacitação. Nesse último caso, destacamos a necessidade de ampliar a contratação de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, responsáveis pelas vacinas e pela coleta de todos os exames, incluindo os da Covid-19, garantindo a permanência dos atuais nos seus postos de trabalho”, diz o manifesto.
O documento descreve a situação de colapso no sistema de saúde da cidade, caracterizada por “ambulâncias em fila aguardando a recepção em hospitais, pessoas doentes esperando atendimento ou vaga de transferência para serviço adequado” e “até hospitais particulares pedindo leitos públicos”.
“Os postos de saúde vêm recebendo cada vez mais pacientes graves, dada a sobrecarga da rede de emergência, sendo que sequer têm estrutura ou material adequado para muitos desses atendimentos. São esses mesmos postos que estão desde o início da crise com equipe reduzida, sem reposição dos afastados por serem do grupo de risco, e que ainda hoje sofrem com o deslocamento de profissionais das unidades para postos de vacinação em outros locais”, diz o texto.
O manifesto já recebeu apoio de parlamentares como as vereadoras Juliana Cardoso (PT) e Luana Alves (PSOL), a deputada estadual Monica Seixas (PSOL) e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e de entidades como a Adusp, o DCE-Livre “Alexandre Vannucchi Leme”, os centros acadêmicos de diversas unidades da USP, especialmente dos cursos ligados à área da saúde, e a Associação dos Médicos Residentes da Faculdade de Medicina da USP (Amerusp), além de outros coletivos.
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