Progressão horizontal
Progressão & PIMESP
Infindáveis truques autoritários
Parece incrível mas é tudo verdade. O secretário-geral da USP, Rubens Beçak, enviou às Congregações ofícios de teor idêntico, nos quais encaminha questionamentos a respeito de recursos que tramitam contra decisões das comissões setoriais de avaliação (CAS) relativas à primeira rodada do processo de Progressão Horizontal na carreira. Como se verá, Beçak atua em nome da Comissão Central de Avaliação Docente (CCAD), o que por si só já parece inadequado. Mas isso não é tudo.
Em seguida, emenda: “Os candidatos Ciro Correia e Denise Bacci foram avaliados à luz dos critérios estabelecidos pela CAS Ciências da Terra. Examinados esses critérios, entende a Congregação que algum ou alguns deles sejam inaplicáveis no âmbito do projeto acadêmico dessa Unidade?” Arremata a mensagem, na mesma linha, solicitando que a manifestação da Congregação ocorra “no prazo máximo de 60 dias, para evitar prejuízo ao candidato”!
O secretário-geral procurou, furtivamente, subtrair à Congregação a prerrogativa de deliberar a respeito dos recursos dos docentes citados, procurando induzi-la a, meramente, se pronunciar sobre aplicação ou não de critérios de avaliação.
Desvio…
Depois de lembrar que a Resolução 5.927 “é clara ao prever que cabe à CCAD julgar os recursos ouvida a Congregação”, e lembrar que “não se trata, portanto, de discutir os critérios da CAS neste momento, e muito menos de examiná-los à luz do projeto acadêmico do Instituto de Geociências”, Ciro e Denise indagam: “Qual seria então o propósito deste encaminhamento por parte do douto secretário-geral? Estaria a Secretaria Geral tentando desviar a Congregação da competência que lhe foi atribuída pela Resolução 5.927, de se manifestar antes do julgamento, quanto aos recursos dirigidos à CCAD?”
A Congregação do IGc acatou o pedido dos professores de que fosse incluída, na pauta da reunião seguinte, a apreciação dos recursos que encaminharam à CCAD. Em votações separadas, ambos os recursos foram endossados por ampla maioria pela Congregação.
Na Poli, idem
A esse questionamento, o diretor respondeu que a Poli estava simplesmente atendendo à solicitação de Beçak, enquanto o vice-diretor, presidente de uma das CAS de Engenharia, procurou argumentar que não havia a incompatibilidade mencionada. Desse modo, os recursos saíram de cena para dar lugar ao referendo à presumida relação dos critérios da CAS com o projeto acadêmico da escola.
Parece grave que o secretário-geral da USP se empenhe para que as congregações se desviem de uma competência que lhes é atribuída pela Resolução 5.927. Será que assim procede com aval da CCAD?
“Subsídios”.
“Com relação a essas manifestações”, escreve diligentemente o chefe de gabinete, “esclarecemos que não há expectativa de aprovação ou reprovação, mas de comentários e sugestões ao Programa”. Isso porque, acrescenta, “conforme constou no ofício GR 45, as contribuições recebidas das unidades/órgãos servirão de subsídio para a posterior tramitação da proposta nos órgãos colegiados da Universidade”.
A Reitoria simplesmente tenta tirar das congregações a autonomia para se manifestar quanto ao Pimesp, procurando colocá-las na posição subalterna de meras assessoras dos colegiados centrais da autarquia.
Há semelhanças óbvias nos propósitos das iniciativas dos próceres da Reitoria quanto ao que esperam das congregações nos dois casos. Resta saber que resposta será dada a essa crescente desenvoltura do autoritarismo vigente.
“Não demos nenhuma importância para aquilo”, declarou ao Informativo Adusp a professora Lisete Arelaro, diretora da Faculdade de Educação (FE), referindo-se ao ofício de Amadio. “A FE se manifestará contrariamente ao Pimesp, em tempo hábil. Temos uma pequena comissão escrevendo e fundamentando nossa posição contrária”.
Informativo nº 360
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