No dia 11 de março, a Rede Não Cala emitiu nota pública a respeito da situação na Faixa de Gaza, no qual se manifesta “contra o genocídio de palestinas que vem sendo perpetrado pelo Estado de Israel durante os últimos cinco meses”, pedindo ainda imediato cessar-fogo e entrada de ajuda humanitária no território. “Foram exterminadas 30 mil pessoas palestinas, das quais 9 mil são mulheres, 13 mil crianças, deixando mais de 68 mil feridos e mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros. Não são números, são pessoas”, destaca o documento.

“Os bombardeios constantes pelo exército de Israel destruíram hospitais, escolas, universidades, igrejas e mesquitas, deixando 80% das casas em Gaza arruinadas e provocando uma migração forçada de 2 milhões de pessoas”, diz a Rede Não Cala. “Desde outubro de 2023 as mulheres foram obrigadas a fazer uso de medicamentos para não menstruar, considerando a precariedade para os cuidados com a higiene. Os partos têm sido realizados em situações arriscadas, sem anestesia, e elas têm somente panos sujos para limpar o sangue dos seus corpos”, aponta a nota.

“A desnutrição e as doenças têm deixado ainda mais vulneráveis essas mulheres, muitas com membros decepados, e que tiveram filhos, maridos, pais e irmãos assassinados. Senhoras são obrigadas a dividir espaço com várias pessoas, muitas delas desconhecidas, e por isso passam o tempo todo usando o lenço (hijab) – mulheres muçulmanas só retiram seus lenços dentro de sua casa e na frente de parentes próximos (filhos, marido, pai, tios)”, relata.

“Para nós, mulheres da Rede Não Cala, a vida das mulheres palestinas importa, assim como a vida das demais mulheres: sejam elas judias, indígenas, negras ou trans. Neste Ramadã, momento sagrado para os muçulmanos (como o Natal para os cristãos e o Yom Kipur para os judeus), queremos fazer um apelo pela paz e nos unir às demais vozes, de dentro e de fora da Universidade de São Paulo, que exigem o cessar fogo imediato e a entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Cabe a nós a defesa dos direitos humanos e do respeito às diversas etnias, grupos religiosos e formas de pertencimento das mulheres”, conclui.

EXPRESSO ADUSP


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