Conjuntura Nacional
Nesta quinta (22/5), na Esalq, exibição do documentário “Corte Seco” permitirá debater a situação dos bóias-frias após a mecanização da colheita
Na próxima quinta-feira, 22 de maio, entre 19h e 20h, ocorre a exibição do curta-metragem Corte Seco, que será seguida de debate com realizadores e protagonistas do filme. O evento será no Anfiteatro do Pavilhão de Ciências Humanas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), enquanto aula aberta proposta pelo diretor regional da Adusp, professor Paulo Eduardo Moruzzi Marques. A sessão contará com tradução em Libras e apoio do conselho regional da Adusp Piracicaba.
Segundo seus realizadores, André Panzarin e Guilherme Landim, a concepção do filme teve como ponto de partida a pergunta sobre o destino dos bóias-frias nos dias de hoje. Assim, por meio dos relatos de vida de três ex-cortadores de cana, a produção propõe uma reflexão sobre as transformações no modelo de colheita da cana-de-açúcar, que até a primeira década deste século era realizada majoritariamente de forma manual, sob condições de trabalho degradantes e, frequentemente, análogas à escravidão.
Milhares de trabalhadores, principalmente vindos do Norte de Minas, Bahia e Paraná, enfrentaram grande sofrimento, associado à inexistência de formalização contratual, transporte precário nas boleias dos caminhões, ausência de equipamentos de proteção, jornadas exaustivas sem pausas para alimentação, pagamento por produtividade e cálculo das remunerações sem transparência. Durante décadas com muita amargura e sem reconhecimento, estes trabalhadores e trabalhadoras contribuíram para o enriquecimento do setor sucroenergético paulista, até os dias de hoje controlado por poucas empresas.
Mais do que resgatar memórias, Corte Seco promove debate sobre direitos humanos, reparação histórica e silêncio das grandes empresas, que hoje buscam construir uma imagem pública de responsabilidade social e ambiental.
O documentário é uma produção viabilizada pelo edital Paulo Gustavo do município de Piracicaba, com co-produção da Maíz Filmes, Coletivo Rec e Coletivo Turvo. As histórias de vida retratadas são de Daniel de Jesus, Luciana da Silva e Rosângela Tomaz. A entrada é gratuita: toda a comunidade piracicabana está convidada a participar.
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