Conjuntura Política
8 de março é dia de luta pela vida das mulheres, contra o machismo, o racismo e o genocídio do governo Bolsonaro
A Adusp vai participar dos atos programados para o Dia Internacional da Mulher na próxima terça-feira (8/3). Em São Paulo, a manifestação ocorre na Avenida Paulista. A representação da entidade tem como ponto de encontro o Conjunto Nacional, na esquina com a Rua Augusta, às 14h.
Em Ribeirão Preto, o ato será às 16h, em frente à Prefeitura. Em Piracicaba, a manifestação está programada também para as 16h, no bolsão do Mercado Municipal.
Em Pirassununga, a Comissão FZEA Mulheres, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, promove às 14h o debate virtual “Carga mental feminina”, com participação da professora Nara Helena Lopes Pereira da Silva, do Instituto de Psicologia (IP) da USP. A atividade tem apoio do Centro Acadêmico Unificado de Pirassununga (CAUPi).
Vários movimentos feministas e a Articulação Nacional de Mulheres Bolsonaro Nunca Mais construíram o manifesto Pela Vida das Mulheres, que contextualiza o grave quadro da crise por que passa o país e aponta as bandeiras de luta das manifestações deste ano.
“O aprofundamento da crise econômica no Brasil e no mundo, somado à política da fome, do desemprego e da morte conduzida pelo governo Bolsonaro, tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora. A taxa de desemprego entre as mulheres bateu recorde no ano passado chegando a 16,8%, sendo que, para as mulheres negras, essa taxa foi de 19,8%, segundo o Dieese. O número de mulheres desempregadas no nosso país já chega a 8,6 milhões. Quase 51 milhões de pessoas viveram abaixo da linha da pobreza nos últimos dois anos e mais de 10 milhões passam fome”, diz o texto.
O manifesto lembra que, antes mesmo da posse do governo Bolsonaro, as mulheres já ocupavam as ruas “contra a tragédia que seu projeto representava para a vida do povo brasileiro”.
Em 2018, o movimento “Ele Não” apresentou ao país “uma oposição de massas e unificada, mobilizada pelas mulheres trabalhadoras e pela luta feminista nas ruas”. “Desde então, seguimos enfrentando o pior e mais nefasto governo deste país desde a redemocratização. A indignação do ‘Ele Não’ esteve presente também no Tsunami da Educação, em todas as lutas contra as reformas neoliberais impostas por esse governo e na revolta antirracista que tomou as ruas do país. Não à toa que nós, mulheres, somos a maioria que bradamos por #ForaBolsonaro”, prossegue o texto.
O manifesto aponta também a postura desastrosa do governo Bolsonaro em relação à pandemia da Covid-19, que já matou mais de 650 mil brasileira(o)s: “O Brasil é o país com o maior número de mortes maternas causadas pela Covid-19. Fomos nós, as mulheres trabalhadoras e pobres, em especial mulheres negras, as mais afetadas pelo desemprego, sobrecarregadas por cuidar das crianças, das/os idosas/os e de quem adoecia. Fomos as primeiras a morrer. Quando morre uma mulher negra, que não teve o direito de se isolar para não perder o emprego, morremos todas nós!”
As manifestações do 8 de março vão denunciar também o aprofundamento da misoginia, do racismo e da LGBTQIA+fobia no país, que “se demonstra no aumento da violência política de gênero, que tem seu maior exemplo na execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco em 2018 — que completará 4 anos sem resposta sobre quem mandou matá-la”.
De lá para cá, prossegue o manifesto, “temos visto parte da população mobilizada para fortalecer a luta das mulheres negras e ampliar sua representação na política institucional, mas também assistimos à intensificação da reação criminosa dos machistas, dos racistas e dos fascistas”.
Manifesto pede revogação das reformas e fim do teto de gastos
O texto é encerrado com as consignas da luta para as manifestações deste 8 de março:
“Contra o racismo que explora e o genocídio que mata todos os dias as mulheres e suas/seus filhas/os!
Abaixo a fome, a pobreza e a carestia: por vida digna para todas/os!
Por soberania e segurança alimentar e nutricional e pela agroecologia no campo e nas cidades!
Chega de Violência no Campo!
Em defesa da Amazônia, do Cerrado e da Caatinga!
Contra a PL do Veneno!
Em defesa das políticas públicas para as mulheres dos campos, das águas, das florestas e das cidades: contra todo retrocesso e perda de direitos!
Por emprego, salário e direitos iguais para trabalho igual!
Legalização do aborto: educação sexual para prevenir, contraceptivo para não engravidar, aborto legal seguro, gratuito e garantido pelo SUS para não morrer!
Romper com a divisão sexual e racial do trabalho é urgente!
Pela revogação de todas as privatizações, das Reformas Trabalhistas e da Previdência e pelo fim do Teto dos Gastos!
Contra a privatização da saúde: por um SUS 100% estatal, público e de qualidade!
Não à dupla jornada das mulheres: creches e escolas em tempo integral para nossas/os filhas/os; lavanderias e restaurantes públicos!
Pela quebra das patentes das vacinas!
Chega da política machista, racista e genocida deste governo. BOLSONARO NUNCA MAIS!”
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