Data-base
Intransigente, Cruesp se nega a discutir contraproposta apresentada pelo Fórum das Seis, mantém reajuste de 5,51% e dá por encerradas as negociações

A segunda reunião de negociação da data-base de 2025 entre o Fórum das Seis e o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), realizada na manhã desta segunda-feira (26 de maio) na Unicamp, acabou se revelando uma não negociação.
Os reitores da USP, Unesp e Unicamp foram irredutíveis, não aceitaram a argumentação dos(as) representantes das entidades e recusaram-se a rediscutir o índice de reajuste de 5,51% oferecido na primeira reunião de negociação, no dia 19 de maio.
O Fórum das Seis reivindicava a necessidade de um compromisso dos reitores com uma política de recuperação salarial, tendo como meta a recomposição do poder de compra dos salários em maio de 2012. O índice apresentado na Pauta Unificada era de 17,5%.
O reajuste de 5,51%, oferecido pelo Cruesp na primeira reunião, representa “mal e mal” a reposição da inflação do período de maio de 2024 a abril de 2025 e foi considerado inaceitável pelas entidades do Fórum das Seis, especialmente levando-se em conta as projeções de arrecadação feitas pela Secretaria da Fazenda e Planejamento do estado. Está acima da inflação medida pelo índice FIPE, que é de 5,01%, mas abaixo daquela registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é de 5,54%.
“O Fórum das Seis apresentou ao Cruesp uma proposta de reajuste de 8%. A proposta é muito razoável e fica abaixo da previsão de aumento de arrecadação feita pela Secretaria da Fazenda para este ano em relação a 2024, que é de 10,4%”, avalia o 1o tesoureiro da Adusp, professor Márcio Moretto Ribeiro, presidente da chapa eleita para a Diretoria da entidade, que toma posse em 27 de junho próximo.
“Essa negativa rompe com o avanço obtido nos últimos anos na recuperação salarial das categorias. Nossa proposta era absolutamente razoável e factível, mas o Cruesp foi irredutível”, prossegue. “A USP vai fechar mais um ano com sobras orçamentárias e vai fazer reservas às custas do nosso salário, defasado desde 2012.”
A Diretoria deve avaliar a convocação de uma Assembleia Geral para debater o tema com a categoria.
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