Defesa da Universidade
Audiência com o Reitor
Foto: Adriana Cruz / Assessoria de Imprensa da USP
O reitor Vahan Agopyan recebeu em 26/3, na Reitoria, a Diretoria da Adusp, representada pelos professores Rodrigo Ricupero, Ivã Gurgel e Michele Schultz, respectivamente presidente, primeiro vice-presidente e segunda vice-presidente. Pela Reitoria estavam presentes, ainda: o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes; o pró-reitor e a pró-reitora adjunta de Graduação, Edmund Baracat e Maria Vitória Lopes Badra Bentley; os pró-reitores adjuntos de Pós Graduação, Márcio de Castro Silva Filho, e de Cultura e Extensão Universitária, Margarida Maria Krohling Kunsch; o chefe de Gabinete, Gerson Tomanari, e o coordenador executivo do Gabinete, Thiago Liporaci. A reunião transcorreu em clima cordial e foi acompanhada pela assessoria de imprensa da Reitoria.
Após rodada de apresentações, o professor Ricupero iniciou a conversa mencionando o papel crítico que a Adusp vem desenvolvendo ao longo dos anos, bem como a necessidade de diálogo e debate na universidade. A partir daí foram abordados temas como a questão do financiamento, a valorização dos docentes, salários, contratações, carreira, RDIDP, avaliação e outros. A seguir um resumo das principais questões discutidas na reunião.
Salários
O reitor admite que o salário do MS-3 é baixo, por exemplo se comparado com bolsista de pós-doc, que não tem as mesmas responsabilidades. Informou que a Reitoria vem trabalhando na Alesp pela questão do teto, reconheceu os reajustes dos últimos anos como inferiores às perdas da inflação. Frente às afirmações do professor Ricupero de que houve aumento do ICMS em janeiro e fevereiro, e de que o Cruesp precisa enfrentar essa questão eventualmente apresentando um plano de recomposição das perdas, o reitor, sem ser explícito, deixou transparecer que não haverá reajuste em 2018.
Avaliação
Quando o professor Ricupero externou que programas de pós-graduação estão adotando medidas produtivistas extremas, o reitor sugeriu procurar a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, e afirmou que a Reitoria não tem acordo com tais medidas. Sobre a Comissão Permanente de Avaliação (CPA), a Adusp expôs que existe um clima de preocupação geral com as medidas a serem implantadas pela CPA. Os auxiliares do reitor sustentaram que a CPA não tem caráter punitivo. Eles pareceram surpresos quando os diretores da Adusp mencionaram a possibilidade de ocorrer expressivo número de aposentadorias de docentes que se sentem inseguros diante desse tipo de avaliação quinquenal centralizada. O vice-reitor e a pró-reitora adjunta de Cultura e Extensão, que é integrante da Câmara de Avaliação Docente (CAD-CPA), afirmaram que a CPA deverá esclarecer tais questões para o corpo docente.
Em resposta ao receio manifestado por muitos quanto a ser obrigatória a divisão dos docentes, em cada departamento ou unidade, pelos três regimes de trabalho, foi dito pela Reitoria que não existe a necessidade de os departamentos terem professores em RTC ou RTP nos projetos acadêmicos.
RDIDP
Tanto o reitor como o vice falaram do RDIDP como regime preferencial, e que é adotado em todos os concursos. Esclareceram que as novas contratações seriam em duas cotas de 150 docentes, uma já em curso e uma outra a ser aprovada. “Somos uma universidade de pesquisa e só tem pesquisa com professores em RDIDP”, chegou a dizer Agopyan. Segundo o vice-reitor, a contratação de professores temporários é circunstancial.
HU
O presidente da Adusp referiu-se à mobilização popular em torno do HU e ao documento que coletou quase 60 mil assinaturas. Agopyan, em contrapartida, reconheceu a importância do hospital como centro de ensino e pesquisa, e no atendimento à comunidade universitária e ao entorno, alegando, no entanto, que “todo ônus” tem sido da USP. O novo superintendente do hospital, acrescentou, está fazendo levantamento de médicos e funcionários necessários.
A Diretoria da Adusp entende que a reunião foi positiva, por reabrir o diálogo entre Reitoria e Adusp, encerrado pela gestão Zago. A Adusp pretende dar sequência às conversas com a Reitoria e seus órgãos, como a Codage, procurando aprofundar os temas tratados em 26/3, bem como tratar de questões preocupantes como as decisões descabidas da CERT, a atuação das fundações privadas, o caso McKinsey e outras.
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