Condições de trabalho
Adusp, Rede Não Cala! e APG-USP/Capital pedem ampliação de prazos para estudantes de pós-graduação que são mães e pais ou estejam cuidando de pessoas idosas
05/08/2020 09h20
A Adusp, a Rede Não Cala! e a Associação dos Pós Graduandos Helenira “Preta” Resende (APG-USP/Capital) enviaram nesta terça-feira (4/8) uma carta à Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) e aos programas de pós-graduação da USP na qual solicitam maior flexibilização dos prazos para alunas e alunos que são mães e pais de crianças fortemente dependentes ou que estejam cuidando de idosa(o)s ou doentes.
As entidades reconhecem que a USP tem dado escuta “às diferentes situações que exigem tratamento particular em relação ao enfrentamento das excepcionalidades impostas pela pandemia”, como as atividades de laboratórios ou estudos de campo, “que foram suspensas por todo o período de isolamento e serão retomadas conforme puderem ser consideradas seguras”.
Em particular, diz a carta, “a PRPG tem feito reiterados esforços para minorar as dificuldades enfrentadas pelas e pelos estudantes de pós-graduação durante a pandemia, prorrogando prazos de conclusão em até seis meses”.
Essas medidas têm sido eficientes e suficientes para grande parte do corpo discente da pós, “mas a situação de mães e pais é diversa, ainda mais delicada, por conta não só dos prejuízos impostos pela falta de acesso à universidade, aos espaços de suas pesquisas etc, mas por conta da dedicação integral aos cuidados da(o)s filha(o)s, incluindo as tarefas escolares em casa, pois as crianças não podem frequentar escolas e creches”. Dessa forma, prosseguem as entidades, a prorrogação de seis meses pode não ser suficiente para aquela(e)s que estão exercendo a parentalidade em tempo integral.
O documento aponta ainda os impactos que a pandemia acarreta na produção acadêmica, que é crucial no processo de ingresso e progressão na carreira docente. As entidades citam um levantamento feito pelo grupo Parent in Science, que mostra que 76% dos homens sem filhos conseguiram submeter artigos durante a pandemia, contra 47,4% das mulheres com filhos. A pesquisa do Parent in Science foi tema de reportagem publicada pelo Informativo Adusp.
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