Em janeiro de 2010, uma enchente destruiu a ponte que permitia acesso ao Campus I da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) por meio da Estrada Municipal do Campinho, na região central da cidade. Mais de dois anos após o incidente, nenhum reparo foi feito. Ao invés disso, uma frágil ponte de madeira foi improvisada no local, que, mesmo sem garantir uma travessia segura, ainda é frequentado por estudantes. “Não passa carro, mas tem alunos que atravessam [a ponte improvisada] de bicicleta”, conta André Prado, professor na instituição.

Segundo o diretor da EEL, professor Nei de Oliveira Jr, no fim do ano passado o reitor da universidade, João Grandino Rodas, visitou a Prefeitura em sua companhia e ofereceu ajuda. Porém, à época e até recentemente, implicações judiciais culminaram na cassação do prefeito, Paulo Neme, e impediram que projetos de reparação fossem implantados de fato. “Restou esperar pelo resultado das eleições, o que saberemos em breve. Então, irei conversar com o novo prefeito e a nova Câmara Municipal para reiniciar a conversa de onde paramos”.

Para Prado, a demora por uma solução torna a situação mais grave. Isso porque como alternativa ao acesso pela Estrada Municipal do Campinho, alunos e funcionários utilizam a BR-459 para chegar ao campus. “Recentemente, houve diversos acidentes na BR. É necessário que a universidade use sua força política para exigir a mudança da situação”.

Fragilidades

Os problemas na administração pública de Lorena são estruturais e não se resumem à dificuldade de acesso à EEL. Para se ter ideia da situação, em abril de 2011, o programa de TV CQC esteve presente na cidade para exigir os reparos necessários na ponte e mostrou que a demora prejudica não só alunos, mas também outros moradores da cidade. À época, o secretário de Comunicação da Prefeitura, Fernando Rezende, afirmou que em outubro daquele ano, os reparos seriam feitos, o que não ocorreu. “Lorena é uma cidade pobre e com problemas sociais seríssimos. Minhas tratativas com as autoridades são constantes desde 2006, e nunca foram de molde a exigir tratamento diferenciado aos estudantes da USP”, comenta o diretor Oliveira Jr.

O transporte público é apontado pelos moradores como uma das principais fragilidades da cidade. A ponte quebrada dificulta um percurso que já era difícil, segundo alunos que reclamam da falta de ônibus que passem perto da EEL. “A ponte ficava próxima do bairro Ponte Nova, que tem ônibus com frequência”, salienta Prado sobre o agravamento do agravamento. Os alunos também reclamavam do acesso entre os campi I e II da instituição, questão que, segundo o diretor, já foi resolvida. “O transporte entre o Campus I e o Campus II feito por ônibus da USP já existe desde o início do ano letivo”, esclarece Oliveira Jr.

Informativo nº 353

EXPRESSO ADUSP


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