Condições de trabalho
Nova ECA não atende departamentos e CA
Ainda cercado de obscuridade, o projeto da Nova ECA que prevê a construção de uma nova sede para a Escola de Comunicações e Artes atrás da Faculdade de Economia e Administração, onde estão atualmente os barracões, foi apresentado em reunião realizada em meados de abril, da qual participaram o diretor da unidade, professor Mauro Wilton, chefes de departamentos, representantes da Superintendência de Espaços Físicos (SEF), do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (CALC) e funcionários.
O projeto, oficialmente formulado pela SEF em colaboração com a ECA, teve pouca participação dos professores, estudantes e funcionários e, ainda que implique ampliação da área construída, não atende as demandas dos departamentos. “Por vezes até fica a dúvida se o próprio diretor da ECA tem tido alguma participação na formulação do projeto. Reuniões entre arquitetos e professores foram feitas, mas isso só depois de já terem entregado um pré-projeto dessa Nova ECA”, conta Luiza Guerra, diretora do CALC.
A dúvida sobre a real participação do diretor da ECA é pertinente, já que o estudo volumétrico do projeto, publicado na edição 50 do USP Destaques, surpreendeu a todos, inclusive o professor Mauro Wilton. “Surpreendeu-me ele (o reitor) ter colocado em público. Quando a gente viu aquilo, em uma pequena reunião com ele, eu perguntei ‘Isso já é a Nova ECA?’, e ele disse ‘Isso é estudo volumétrico ainda’”, revelou o diretor ao Jornal do Campus.
Ainda segundo informações do Jornal do Campus, o Departamento de Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Turismo possui atualmente área de 1.419 m², demandou um acréscimo de 2.290 m², mas no projeto apresentado recebeu apenas 570 m². O Departamento de Jornalismo e Editoração possui área de 1.525 m², demandou mais 1.283 m². Na Nova ECA, contudo, coube-lhe apenas a área de 681 m². Além disso, o projeto não prevê salas para os núcleos de pesquisa e projetos de extensão.
“Não contempla”
Em documento entregue à Congregação da ECA, os diretores dos departamentos de Música (CMU), Artes Cênicas (CAC), Cinema, Televisão e Rádio (CTR) e Artes Plásticas (CAP) se posicionaram contra a mudança de todos os departamentos para um novo prédio: “A despeito de suas qualidades, a proposta apresentada não contempla as necessidades de espaço de todos os departamentos e setores da Escola, nem corresponde ao funcionamento e à dinâmica ideal de algumas atividades pedagógicas que caracterizam a diversidade e a especificidade dos cursos ministrados na ECA”.
A sugestão dos docentes é de que a Nova ECA seja utilizada para cumprir as atuais demandas dos departamentos, porém sem abrir mão dos prédios atuais. “A Escola não pode prescindir da preservação e futura revitalização de parte de seus atuais prédios, o que permitirá que o edifício novo atenda plenamente às necessidades atuais de alguns departamentos e setores da ECA”, prossegue o texto.
A ausência de espaços abertos é outra reclamação do CALC. Atualmente o centro acadêmico e a Atlética têm salas em um espaço de vivência separado dos departamentos, o que garante reuniões e festas mesmo após os horários de aula. Os estudantes argumentam que não poderão dar continuidade às suas atividades, o que ameaça a autonomia financeira das entidades: “Não temos como continuar com o happy hour que nos financia, já que não há espaço para isso. Sem dinheiro para atividades ou para divulgá-las, o centro acadêmico fica extremamente prejudicado em cumprir sua função de defesa dos estudantes e de mobilizá-los”, argumenta Luiza.
Nem Mauro Wilton, nem os envolvidos no projeto sabem dizer o que será feito com as entidades que hoje estão na atual sede da ECA e com as que estão no terreno destinado à construção da Nova ECA. O Sindicato dos Trabalhadores da USP não foi informado sobre seu destino. Já o Núcleo de Consciência Negra (NCN), situado num dos “barracões”, vive desde o anúncio do projeto sob ameaça de despejo. “Não temos o apoio da Reitoria, o núcleo não faz parte dos novos projetos. Estamos lutando, tentando conversar com a Reitoria, mas até agora não sabemos nosso destino”, diz Gilberto Américo da Silva, um dos coordenadores do NCN.
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