Expansão das unidades básicas de saúde (UBAs), contratação de unidades que ofereçam serviços médicos “fora da região oeste”, principalmente para os casos emergenciais, e incorporação do Hospital das Clínicas para atendimento especializado. São estas as mudanças previstas no novo plano de saúde para funcionários e professores da USP, segundo o professor Marcos Boulos, titular da Coordenadoria de Saúde.

“Espera-se atendimento rápido, mesmo nas consultas, e com qualidade”, declarou ele ao Informativo Adusp, em respostas concedidas por correio eletrônico. Boulos estima que o novo sistema comece a funcionar em abril de 2011. “Estamos em fase final do projeto e esperamos resolver todas as pendências até o segundo trimestre do próximo ano”. Reportagem publicada na edição 315 do Informativo Adusp relatou problemas no atendimento do Hospital Universitário (HU).

“Haverá aumento da estrutura de atendimento da USP, com expansão das UBAs e incorporação do atendimento especializado via Hospital das Clínicas. Também haverá rede de serviços fora da região oeste da cidade, em unidades a serem contratadas, principalmente para os casos emergenciais. Procuraremos adequar os serviços segundo a demanda”, informou.

“Autogestão”

Boulos afirma que não há previsão de solicitação de maior repasse de recursos do governo estadual para o HU: “O plano independe do suporte estadual. Continuaremos atendendo o SUS sem nenhum prejuízo para o plano de saúde a ser implementado”.

Ele também negou que o novo plano implique algum nível de privatização do serviço: “É um plano de autogestão, em que utilizaremos nossa rede própria ampliada com serviços contratados pela USP”.

Mudanças no atendimento médico realizado nos campi do interior, hoje realizado de forma diversificada (mediante a atividade de UBAS da própria USP, somada à oferta de convênios locais), ficam para uma etapa posterior. “Inicialmente o plano atenderá os campi da cidade de São Paulo, que não dispõem de atendimento diferenciado. Posteriormente ele deverá ser ampliado para o interior”, diz.

Insatisfação

Na maioria dos campi do interior há reclamações dos usuários quanto ao atendimento. Em São Carlos, onde o serviço próprio da USP é complementado por um convênio com a Unimed local, os serviços são insatisfatórios, segundo o professor Francisco Vecchia, diretor regional da Adusp, que relata a ocorrência de problemas como demora no atendimento e número de consultas restrito por período de tempo.

“Os exames mais dispendiosos não estão na cobertura da Unimed. Quanto aos exames que são cobertos, a demora chega, por vezes, a vários dias, mesmo quando é grave a situação de saúde, dependendo do aval que é fornecido por alguém do serviço médico de São Paulo. Enfim, uma vergonha!”, protesta o docente da Escola de Engenharia de São Carlos.

Também em Pirassununga o atendimento envolve um convênio com a Unimed local e uma UBAS que conta com médicos da própria USP. “A Unimed é ruim. O atendimento aos dependentes é péssimo, especialmente a pediatria”, diz o professor Andrés Vercik, diretor regional de Adusp. A Unimed de Pirassununga não dispõe de hospital e casos de maior complexidade são atendidos pela Santa Casa. Além disso, conta com um único médico gastroenterologista.

Horários

Outro problema em Pirassununga é o horário de funcionamento da UBAS. Recentemente, Vercik passou mal, com pressão baixa. Dirigiu-se para a unidade básica, que estava fechada às 11 horas da manhã. No período noturno ela também não abre, “e temos curso noturno”.

Para dispor de atendimento melhor, ele recorre a um convênio particular que tinha quando foi bolsista de pós-graduação em São Carlos: “Acabo pagando a Unimed Nacional”, explica. Em conversa com outros docentes, Vercik descobriu que “todo mundo acaba fazendo o que fiz”, ou seja, eles buscam atendimento médico em cidades maiores, como Araras e Ribeirão Preto.

Piracicaba, onde as categorias do campus da Esalq dispõem de uma UBAS e de convênio com a Santa Casa, para exames e consultas, parece ser uma exceção à regra. “Os serviços são bem satisfatórios. Não há relato de problemas. Não escuto reclamações”, diz o professor Demóstenes Filho, diretor regional da Adusp. No passado, houve problemas, aparentemente superados.

 

Informativo n° 319

EXPRESSO ADUSP


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