A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) anunciou a abertura de 42 leitos para atendimento de pacientes de Covid-19 na região de Bauru, frente à aceleração do número de casos e de internações. “A pasta afirma que a implantação dos leitos bauruenses ocorrerá ‘em breve’, contudo, não estipulou o prazo exato”, informa o JC Net, que também explica que desse total 32 leitos correspondem, na realidade, à reativação de vagas que já existiam.

No Hospital das Clínicas (HC) da USP em Bauru, que vinha funcionando com apenas 20 leitos de enfermaria para pacientes de Covid-19 de baixa complexidade, serão reativados outros 20 leitos. A novidade é que será criada uma unidade de terapia intensiva (UTI) com dez leitos.

Ainda de acordo com o JC Net, os seis leitos de UTI anunciados no Hospital Estadual de Bauru (HE) e outros seis no Hospital das Clínicas de Botucatu correspondem a vagas que haviam sido desativadas quando houve uma redução no número de casos. O jornal solicitou à SES que indicasse “um porta-voz para esclarecer determinados tópicos sobre os novos leitos, contudo, ninguém foi destacado para conceder entrevistas”, relata. “Também foram feitos questionamentos para a assessoria de comunicação da pasta, que não foram elucidados. Além das dúvidas sobre o prazo exato de ativação dos leitos e das adequações para as UTIs no HC de Bauru já citadas, foi perguntado, ainda, como o HE vai conseguir abrir novos seis leitos sendo que está lotado nos últimos dias”.

A criação de uma UTI para Covid-19 no HC de Bauru volta a chamar atenção para a situação indefinida desse hospital, que ocupa o chamado “Prédio 2” do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC ou “Centrinho”) e foi cedido pela USP para a SES inicialmente mediante assinatura de um simples protocolo de intenções, frente à demora do governo estadual em assinar o Termo de Cooperação Técnica com a universidade.

Ele só começou a funcionar em julho de 2020, após sucessivos adiamentos, ainda assim com uma enfermaria de apenas 40 leitos destinada exclusivamente a pacientes de Covid-19. O governador João Doria (PSDB) comprometeu-se a manter o hospital em funcionamento após o fim da epidemia, mas nenhum passo concreto foi dado nessa direção. A gestão do HC de Bauru foi delegada pela SES à “organização social de saúde” Famesp, que também é alvo de questionamentos.

Em dezembro último, a juíza Ana Lúcia Graça Aiello, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Bauru, acatou ação proposta pelo promotor de justiça Enilson Komono e determinou o bloqueio de bens do Estado e da Famesp, no valor de R$ 8,8 milhões cada um, para que fossem adquiridas vagas de internação na rede privada, após descumprimento de decisão anterior que obrigava a ampliação de leitos públicos em Bauru, com a manutenção do Hospital das Clínicas (HC). O Informativo Adusp encaminhou algumas perguntas ao promotor Komono em 6/1, mas elas ainda não foram respondidas.

EXPRESSO ADUSP


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