Defesa da Universidade
Diretoria da FMUSP não se manifesta sobre abertura de procedimentos internos para investigar casos de alunas envolvidas em fraude e nos atos de 8/1
A Diretoria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão de instaurar ou não procedimentos internos para apurar a conduta de duas alunas da unidade envolvidas em casos de grande repercussão – Alicia Dudy Müller Veiga, investigada pela Polícia Civil por suspeita de apropriação indébita, e Roberta Jérsyka Oliveira Brasil Soares, detida em Brasília por participação nos atos golpistas do último dia 8/1.
Alicia Müller Veiga, de 25 anos, admitiu em depoimento prestado à Polícia no último dia 19/1 ter desviado mais de R$ 900 mil do montante arrecadado para as festividades da formatura da Turma 106 da FMUSP.
De acordo com informações publicadas pela imprensa, o inquérito sobre o caso, instaurado no 16o. Distrito Policial da capital, está em vias de conclusão para ser enviado ao Ministério Público.
A Diretoria da FMUSP se manifestou pela primeira vez sobre o assunto no dia 14/1, por meio da seguinte nota publicada no site da unidade:
“A Diretoria da Faculdade de Medicina foi informada que a Comissão de Formatura e, portanto, os alunos aderentes à formatura da Turma 106ª, foram vítimas de fraude após investimento do recurso arrecadado para organização das festividades de celebração, que ocorrerá ao final de 2023. Os fatos estão sendo apurados, buscando-se identificar os responsáveis pela fraude e a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos.”
No dia 20/1, a Diretoria voltou a se pronunciar, em nova nota na qual dizia: “Diante do andamento da investigação sobre a fraude contra a Comissão de Formatura, que envolve uma aluna da Faculdade de Medicina da USP, a Instituição informa que está acompanhando a apuração dos fatos pelos órgãos competentes”.
A assessoria de Imprensa da FMUSP disse ao Informativo Adusp que a faculdade só irá se pronunciar sobre o caso por meio de notas.
Alicia Müller Veiga é investigada também por estelionato e lavagem de dinheiro em outro inquérito que corre na Divisão de Investigações Criminais de São Bernardo do Campo.
Já a estudante Roberta Jérsyka Brasil Soares, de 35 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e segue sob investigação pela participação nos atos golpistas de 8/1. Roberta está detida na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.
De acordo com informações publicadas pela imprensa, a estudante participou do acampamento que pedia golpe militar em frente ao Quartel-General do Exército em São Paulo e viajou a Brasília na primeira semana de janeiro contra a vontade da mãe, viúva de um militar.
Roberta formou-se em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2016 e ingressou na FMUSP em 2020.
Em nota enviada ao Informativo Adusp, a assessoria de Imprensa da faculdade diz: “Sobre o caso da aluna que se envolveu nos atos de 8 de janeiro em Brasília, a Faculdade de Medicina da USP informa que os fatos serão apurados de forma preliminar. A FMUSP reforça que repudia veementemente os acontecimentos na data”. Como no episódio envolvendo a aluna Alícia Müller Veiga, a assessoria limitou-se a dizer que “o caso está sendo apurado pelos órgãos competentes”.
Unesp afasta professora que participou de atos golpistas em Brasília
A professora Sandra de Moraes Gimenes Bosco, docente do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) da Unesp, foi afastada de forma preventiva de suas atividades no dia 10/1.
A professora foi detida no dia 9/1 num ônibus que retornava de Brasília após a(o)s passageira(o)s terem participado dos atos golpistas na véspera.
Toda(o)s a(o)s ocupantes foram identificada(o)s na delegacia da Polícia Federal em São José do Rio Preto e liberada(o)s em seguida.
Em nota publicada no dia 9/1, o instituto afirma repudiar “os atos de covardia e violência praticados em Brasília”. “O IBB não compartilha do posicionamento e atitudes de servidores públicos envolvidos em atos antidemocráticos”, prossegue a nota, na qual a direção da unidade diz ainda que encaminharia denúncias ao Ministério Público e à Ouvidoria da Unesp.
A Reitoria afirmou que a professora foi afastada preventivamente “para garantir a lisura do processo administrativo aberto no Instituto de Biociências do câmpus de Botucatu (IBB), evitando eventuais conflitos no ambiente acadêmico e permitindo que a docente fique à disposição da comissão que já iniciou a apuração das informações relativas ao referido processo”.
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