Defesa da Universidade
Nova proposta de pós-graduação da USP, com “redesenho” do mestrado, avança em Brasília
Pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, apresentou à Diretoria de Programas e Bolsas da Capes proposta que unifica mestrado e doutorado numa formação de cinco anos. Acordo pode ser celebrado em setembro, mesmo sem ter sido discutido pelo Conselho de Pós-Graduação da USP
O pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, apresentou o plano de reorganização do sistema de pós da universidade aos integrantes da Diretoria de Programas e Bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) numa reunião realizada na última terça-feira (9/7) na sede da agência, em Brasília.
Em entrevista ao Informativo Adusp, Carlotti explicou que um dos pontos principais do projeto é fazer uma espécie de redesenho do mestrado acadêmico, unificando-o com o doutorado numa formação de cinco anos.
A ideia, basicamente, é apresentar três caminhos ao aluno que chegar ao final do primeiro ano do mestrado: 1) seguir no doutorado, já no segundo ano, o que seria a opção preferencial; 2) continuar no mestrado, por opção ou por ainda não estar preparado para o doutorado, podendo entrar neste posteriormente, como na atualidade; 3) sair do sistema, se não tiver vocação ou aproveitamento no primeiro ano. Na visão do pró-reitor, o novo formato permitiria um melhor aproveitamento das bolsas e garantiria que o aluno recebesse o benefício ao longo de todo o período.
Até o momento, não foi divulgado um documento formal com a proposta, que também não foi debatida pelo Conselho de Pós-Graduação da USP (CoPGr). Em entrevista anterior ao Informativo Adusp, o pró-reitor afirmou que as ideias já haviam sido apresentadas “em duas reuniões de dirigentes da universidade” e que “não haveria uma votação a ser feita [sobre o tema] no CoPGr” porque a decisão de aderir ou não ao novo modelo caberá a cada programa. As “reuniões de dirigentes” não constam do Estatuto da USP.
De acordo com texto sobre a reunião publicado pelo site da Capes, Carlotti ressaltou aos representantes da agência que o tempo gasto entre o início do mestrado e o início do doutorado pode chegar a cinco anos, um período muito longo. “Na maior parte desse tempo o aluno não está estudando, não está fazendo o seu trabalho, ele está esperando alguma coisa como inscrição, edital, um tempo não útil”, disse o pró-reitor, segundo a assessoria da agência.
Lucas Salviano, coordenador-geral de Desenvolvimento Setorial e Institucional da Capes, afirmou que a proposta se alinha com a intenção da agência de vincular a concessão de bolsas à avaliação dos cursos. “Pretendemos trabalhar mais em parceria com as instituições. Até então definimos a quantidade de bolsas de cada programa de pós-graduação, mas não os conhecemos de perto”, declarou.
De acordo com a assessoria da agência, a expectativa é de que o acordo entre a USP e a Capes seja celebrado em setembro.
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