Defesa da Universidade
Assembleia de funcionária(o)s do HRAC reage a ultimato da Reitoria e decide paralisar atividades nesta terça, 13/9
Documento da Superintendência do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), ligado à Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP), decretou um “ultimato”, fixando prazo até o dia 14 de setembro para que a(o)s funcionária(o)s assinem ou não o termo de anuência mediante o qual, em caso positivo, concordariam em prestar serviços à Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Faepa).
A categoria reagiu. Em resposta à imposição da Reitoria, uma assembleia virtual realizada em 6/9 com forte participação aprovou, por unanimidade, paralisação das atividades na próxima terça-feira, 13/9.
Em 2014 a Reitoria deu início ao processo de descarte do HRAC, conhecido em Bauru como “Centrinho”. Em fins de 2021, o hospital foi repassado à Secretaria de Saúde do Estado, já se sabendo que sua gestão seria confiada a uma fundação privada habilitada como “organização social de saúde”, dentro do projeto de criação do Hospital das Clínicas de Bauru (HCB). O governo Rodrigo Garcia (PSDB) decidiu assinar contrato de gestão de R$ 300 milhões com a Faepa, sem licitação.
Mais de 500 funcionária(o)s do HRAC foram colocada(o)s, então, frente ao dilema de concordar em trabalhar no futuro Hospital das Clínicas, submetendo-se às ordens dos gestores privados a serviço da Faepa, ou negar-se a tanto e buscar colocação em alguma unidade da USP fora de Bauru, uma vez que lhes foi dito que não terão como vincular-se à FOB.
De acordo com o boletim do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), publicado na mesma data, “houve uma mobilização em tempo recorde e na mesma tarde realizamos uma das maiores assembleias da história do Centrinho”. Quase 300 pessoas participaram. “Na reunião, a indignação foi geral com o desrespeito da Reitoria e da Superintendência, que se negam a negociar com os trabalhadores os termos dessa transição e querem forçar que todos assinem o tal termo de anuência na base da pressão e a toque de caixa”.
A assembleia aprovou por consenso rechaçar o documento proposto, e orientou a(o)s demais funcionária(o)s do HRAC a não assinarem. “Como proposta de luta, a assembleia também aprovou uma paralisação a ser realizada na próxima terça, dia 13, para exigir a suspensão dos prazos e negociação com a Superintendência e com a Reitoria sobre o futuro dos trabalhadores do Centrinho!”, diz o boletim.
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