Defesa da Universidade
Rede de Apoio Popular amplia parcerias e reforça importância das doações para manter o atendimento a mais de 200 famílias cadastradas
Além de manter a distribuição de cestas básicas para 205 famílias cadastradas, a Rede de Apoio Popular Butantã em Combate ao Coronavírus (RAP-Butantã) está firmando novas parcerias para ampliar o seu leque de ações. Uma das parcerias, estabelecida com a Rede Proteção Solidária, vai proporcionar um grande reforço na distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) aos profissionais das unidades públicas de saúde da Zona Oeste.
A Rede Proteção Solidária nasceu do trabalho conjunto de profissionais do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) com quatro instituições de ensino que abriram seu espaço para a produção dos EPIs.
Inicialmente a produção ocorria apenas nos chamados espaços makers das escolas, mas posteriormente foram criados processos que permitem que a montagem seja feita nas casas dos voluntários. Hoje, mais de cem famílias de alunos estão envolvidas no trabalho, relata Andréa Caran, mãe de aluno e integrante da coordenação da Rede. Já foram doados 10 mil protetores, e outros 5 mil estão em produção. A meta é produzir pelo menos mais 15 mil. “É uma iniciativa na qual as escolas encontraram a oportunidade de trabalhar com seus alunos uma forma de exercer a responsabilidade social e a solidariedade”, diz Andréa.
Nesta quinta-feira (28/5), a RAP-Butantã vai receber o primeiro lote de 500 protetores faciais produzidos pela Rede Proteção Solidária. O material será distribuído em Unidades Básicas de Saúde (UBS), de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) e hospitais como o Pronto Socorro Municipal da Lapa. Até o momento, a RAP-Butantã já entregou 400 protetores, oriundos de outras doações.
“Estamos conversando com o pessoal da Rede Proteção Solidária para ampliar a distribuição para outros segmentos de trabalhadores, especialmente de escolas e farmácias”, diz Lester Amaral Junior, da coordenação do Coletivo Butantã na Luta, uma das entidades que formam a RAP-Butantã.
Produtores do Vale do Ribeira doarão alimentos orgânicos
Outra parceria que dará seus primeiros passos na próxima semana envolve a Cooperativa de Agricultura Familiar de Sete Barras (Coopafasb), do Vale do Ribeira. Com a crise provocada pela pandemia, o governo estadual suspendeu os contratos de compra de alimentos desses pequenos produtores para as escolas, e os agricultores passaram a procurar alternativas para escoar a produção. Voluntários montaram uma rede de solidariedade em São Paulo e na região de Campinas para vender cestas de alimentos orgânicos produzidos pelos cooperativados diretamente aos consumidores. Os compradores poderão adquirir as cestas para consumo próprio e/ou para doação. Quando quiserem doar, qualquer que seja a quantidade, a RAP-Butantã é que fará a distribuição.
As cestas orgânicas são compostas por um quilo de duas variedades de legumes, um quilo de banana, meio quilo de mandioca a vácuo, meio quilo de frutas de ocasião, um vidro de palmito em conserva, polpa de frutas da Mata Atlântica e dois pacotes de chips de banana e mandioca. “São alimentos muito ricos e nutritivos, e a RAP-Butantã vai fazer esse trabalho desafiador de identificar as famílias que mais precisam para que as cestas cheguem a elas”, diz a produtora de audiovisual Juliana Bruce, uma das voluntárias na intermediação do processo. “O mais importante nessa parceria é que ela ajuda as duas pontas: quem recebe o alimento para consumir e os trabalhadores que o produzem”, completa Lester Amaral. Para saber mais sobre as cestas orgânicas ou fazer sua encomenda, os contatos por WhatsApp são: (11) 96177-2174 e (19) 98280-9588.
A RAP-Butantã continua recebendo doações em produtos, além das contribuições em dinheiro, fundamentais para a manutenção das ações. No início da semana, um empresário da região do Rio Pequeno doou 60 frascos de 500 mililitros de álcool em gel. Nesta quarta (27/5) foi recebida uma doação de 390 quilos de açúcar e 180 quilos de café. Já o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e a ONG Banco de Alimentos encaminharam um lote de 55 cestas básicas. Elas serão “reforçadas” com outros produtos alimentícios, itens de higiene e limpeza e as máscaras de proteção normalmente entregues pela RAP-Butantã.
As ações de distribuição de cestas prosseguem. Nesta quarta (27/5), 40 famílias cadastradas nas comunidades Assunção e 1010 receberam novamente uma cesta básica. Na semana passada, outras 30 também foram assistidas pela segunda vez. Nesse polo, localizado nas proximidades da Cidade Universitária, e no Jardim D’Abril, a RAP já atende a 205 famílias cadastradas.
“É absolutamente fundamental manter a regularidade das contribuições, porque a crise vai se estender e a situação vem se agravando”, diz Lester Amaral. A RAP-Butantã, prossegue Amaral, só poderá ampliar o número de famílias atendidas se houver segurança quanto à sustentabilidade das doações.
A iniciativa é integrada pela Adusp, pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), pelo DCE-Livre “Alexandre Vannucchi Leme” e pelo Coletivo Butantã na Luta.
A Adusp disponibilizou uma conta corrente para o recebimento de doações:
Associação dos Docentes da USP
Banco do Brasil
Agência: 4328-1
C/C: 117-1
CNPJ: 51.688.943/0001-90
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- Novo modelo proposto pelo MEC redireciona e elitiza a pós-graduação nacional, “formando para o mercado e não para a docência e pesquisa”, adverte GT do Andes-SN
- Sem dar detalhes, Carlotti Jr. anuncia início de estudos para nova etapa da progressão docente; na última reunião do ano, Co aprova orçamento de R$ 9,15 bilhões para 2025
- Em carta ao reitor, professor aposentado Sérgio Toledo (84 anos), da Faculdade de Medicina, pede acordo na ação referente à URV e “imediato pagamento dos valores”
- Processo disciplinar que ameaça expulsar cinco estudantes da USP terá oitivas de testemunhas de defesa e de acusação nos dias 13 e 14 de novembro
- Diretor da Faculdade de Direito afasta docente investigado por supostos abusos sexuais; jurista contesta medida