A universidade foi surpreendida nos últimos dias com a notícia da criação do curso de Medicina em Bauru. Com tem sido praxe na gestão Zago, questões de alta relevância são remetidas aos membros dos conselhos – e assim tornadas públicas – apenas às vésperas das reuniões dos colegiados, impedindo assim uma discussão qualificada, mesmo nas congregações, conselhos e câmaras.

 
No caso do referido curso destaque-se que entre a aprovação do projeto na Comissão de Graduação da FOB e sua aprovação no Conselho Universitário, decorreram apenas 12 dias, dos quais apenas 8 dias úteis. (Ver abaixo).
 
Neste sentido, a diretoria da Adusp condena mais uma vez o método de cerceamento da discussão e destaca ainda que, em um quadro de cortes de verbas, de não reposição de docentes, de arrocho salarial etc. um novo curso seja aprovado sem um estudo aprofundado de impacto financeiro e sem qualquer compromisso do governo do Estado com o aumento dos recursos destinados a financiar mais esta expansão da USP.
 
Vejamos alguns detalhes deste processo exemplar. No dia 20 de dezembro de 2016 são encaminhadas as informações de "custos e recursos para infraestrutura e projeto pedagógico" para implantação do referido curso, com início das atividades em 2018. No dia 21 de junho de 2017,conforme noticiado pela imprensa, Zago se reúne com o secretário estadual de Saúde, David Uip, o deputado Pedro Tobias, a diretora da Faculdade de Odontologia de Bauru, Maria Aparecida Moreira Machado e o prefeito de Bauru Clodoaldo Gazzetta. Após essa reunião o processo, aparentemente parado, ganha uma velocidade inacreditável. No dia 22 de junho, quinta feira, a diretora da FOB encaminha a proposta à Comissão de Graduação da faculdade, que, em reunião extraordinária realizada no dia seguinte, aprova a criação do novo curso. Ainda no dia 23, a direção da FOB encaminha ofício ao pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes, comunicando a aprovação. Este, por sua vez, em despacho dado no dia 27, terça-feira, solicita que o processo seja encaminhado ao professor Edmund Bacarat, presidente da Câmara Curricular e do Vestibular (CCV), para emissão de parecer. O parecer é dado, ad referedum, pelo próprio professor Bacarat no dia 28 e nesse mesmo dia é aprovado no Conselho de Graduação (CoG). Finalmente, no dia 29 de julho, quinta-feira, o projeto é aprovado em uma reunião extraordinária da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e na Comissão de Atividades Acadêmicas (CAA), entrando no mesmo dia na pauta do Co, que o aprovou no dia 4 de julho.
 

EXPRESSO ADUSP


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