Educação
Protesto estudantil no MASP pede revogação imediata do “Novo Ensino Médio” e de cortes no orçamento da MEC

Os cartazes feitos à mão deram seu recado, uma vez mais: “Pela revogação imediata do Novo Ensino Médio”, “A crise na educação brasileira não é uma crise, é um projeto”, “O governo não dá educação porque educação derruba o governo”, e assim por diante. Realizado na manhã de sexta-feira (11/8), o protesto no MASP foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), DCE-Livre da USP e outras entidades e reuniu centenas de estudantes. A Adusp se fez representar pela professora Michele Schultz, presidenta da entidade, e pelo professor Márcio Moretto, primeiro tesoureiro.
A manifestação na Avenida Paulista foi uma entre várias realizadas no país no decorrer do “Dia do(a) Estudante”, como parte de uma campanha nacional pela revogação da lei 13.415/2017 (“Novo Ensino Médio” ou NEM), sancionada por Michel Temer e implementada durante o governo Jair Bolsonaro (Portaria MEC 521/2021). Apesar dos evidentes prejuízos causados pelo NEM à formação das e dos estudantes das redes públicas de ensino, o ministro Camilo Santana (Educação) e seu secretariado, ligado a entidades empresariais, ainda resiste à proposta de imediata anulação da reforma aprovada por Temer.
Movimentos sociais, pesquisadores(as) do tema, sindicatos de trabalhadores(as) da educação e partidos políticos do campo democrático e popular, como PT e PSOL, exigem que o NEM seja retirado de cena, para que as e os estudantes do ensino médio, especialmente nas redes públicas estaduais, tenham acesso a um ensino de qualidade.
Os estudantes também protestaram contra os novos cortes orçamentários do governo federal, num total de R$ 1,5 bilhão. Saúde e educação foram as áreas mais afetadas, com bloqueios de R$ 452 milhões e R$ 333 milhões, respectivamente.
Ainda estiveram presentes nas falas de lideranças estudantis e representantes de entidades apoiadoras os ataques do governo Tarcísio de Freitas à educação pública, por meio da não adesão ao Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e de um decreto que institui monitoramento de professoras e professores em sala de aula. Renato Feder também foi mencionado nos discursos por conta da acusação de contratos feitos entre o governo do Estado e a empresa Multilaser – da qual Feder detém 28,16% das ações.
A chacina do Guarujá e a violência policial da “Operação Escudo” também foram lembradas pelos manifestantes. Por várias vezes os(as) manifestantes entoaram a palavra de ordem: “Fora Tarcísio”.
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