Matérias do Informativo Adusp
Mais críticas à carta da Reitoria sobre o Gatilho
A carta circular da reitoria, GR/248, referente à Ação do Gatilho, continua gerando manifestações. O Informativo Adusp continua a ouvir professores descontentes com o teor da carta.
Professor do Departamento de Fisiologia do ICB, Fábio Bessa Lima enxerga má-vontade política da Reitoria em relação ao pagamento do gatilho: “A carta é estranha, porque o que consta, pelo menos, é que a Reitoria tem que cuidar de como tem que ser feito o pagamento. Não empurrar para a Adusp”.
“Eu acho muito estranho que o pessoal mande essa carta com aqueles termos. Aquilo só confirma que realmente a coisa é mais séria. A idéia que me passa é de que eles não vão pagar”, aventa Lima. “Ou a atual Reitora vai empurrar com a barriga para o próximo reitor. E o próximo vai fazer a mesma coisa, já que ela foi bem sucedida em não pagar”, afirma o professor, que nota que a ação já havia transitado em julgado quando a professora Suely Vilela assumiu a Reitoria.
“Problema ético”
O professor Olácio Dietzsch, do Instituto de Física, reclama: “Não entendi qual é o objetivo da Reitoria, ao mandar a carta naqueles termos. O despacho do juiz é claro. Não tem o que discutir. Isso é última instância”. Dietzsch exerga a posição da Reitoria como um problema ético: “Se nós tivéssemos aqui na USP um ombudsman, ele deveria entrar com uma representação no Conselho de Ética. Porque isso fere a ética universitária”.
Dietzsch resume sua posição sobre a carta fazendo referência ao texto “Ação do Gatilho: Reitoria faz mais confusão”, publicado no Informativo Adusp 281: “Eu concordo totalmente com aquilo que ele diz”. O texto reafirma a obrigação e a responsabilidade da Reitoria em prestar informações corretas sobre a execução da sentença final da ação aos beneficiários e questiona: “Será que alguém acredita que a sentença ainda não foi executada porque a Adusp não fez as contas do montante devido? Se assim fosse, por que a Reitoria desde o início do ano se recusa a tratar da questão com a Adusp? Nosso ofício de fevereiro solicitando o agendamento de uma reunião permanece sem resposta. A Reitoria não mais dialoga com quem moveu a ação e se dirige diretamente aos docentes, desinformando e confundindo. Por quê?”.
Matéria publicada no Informativo nº 283
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- STF nega suspender privatização da Sabesp, e governo do Estado conclui “liquidação” da companhia
- Novo Plano Nacional rebaixa previsão de investimento público em educação e adia mais uma vez a meta de destinar 10% do PIB à área
- Justiça extingue ação contra escolas “cívico-militares” em São Paulo; unidades que quiserem aderir ao modelo devem se inscrever até o final de julho
- Escola Estadual Vladimir Herzog recua da intenção de aderir ao modelo “cívico-militar” de Tarcísio, e MP-SP pede que a Justiça declare nula a lei que criou o programa
- Privatização da Sabesp vai na contramão da experiência internacional e visa o lucro, não o serviço público, dizem pesquisadores; partidos ingressam com ADPF no Supremo