O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac) aprovou, nesta segunda-feira (15/1), o projeto de construção da Reserva Técnica do Museu Histórico e do Museu do Café de Ribeirão Preto. Trata-se de uma boa notícia para os defensores desses museus, cujos acervos e instalações físicas estão em péssimo estado. A construção da Reserva Técnica permitirá, em tese, abrigar os acervos de modo seguro e liberar as atuais edificações dos museus para as necessárias obras de restauração.

“A decisão do Conppac foi a única possível, porque representou as opiniões da maioria dos membros e a análise realizada pelos profissionais consultados sobre o projeto da Reserva Técnica. Inicialmente havia porosidades no projeto da empresa licitada”, declarou ao Informativo Adusp Online a professora Sílvia Maria do Espírito Santo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). “Frente ao apresentado críticas foram feitas por profissionais e membros do Conppac, o que viabilizou ajustes. O novo projeto seria mais adequado se tivesse um museólogo previamente envolvido, o que não houve”, acrescenta a docente da FFCLRP, que já foi diretora dos museus (2000-2003).

“O projeto aprovado hoje foi o melhor possível para o local neste momento, por respeitar as normas de sustentabilidade, do meio ambiente e de patrimônio histórico. Será um legado para Ribeirão Preto pelos próximos 50 a 100 anos”, disse o presidente do Conpacc, Lucas Gabriel Pereira, ao portal noticioso A Cidade On Ribeirão Preto. De acordo com ele, o projeto aprovado incorpora adequações solicitadas por conselheiros em reunião anterior.

Embora não pertençam à universidade, os museus estão situados no câmpus de Ribeirão Preto da USP e foram objeto de tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), em 1982 e depois por meio da Resolução 7/1994.

Consultada pelo Informativo Adusp Online, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo afirmou que avalia como “um significativo avanço” a aprovação do projeto pelo Conppac. “É um passo importante para resolver um problema histórico para preservação de um importante patrimônio da cidade, por meio da recuperação do Complexo dos Museus. A construção da Reserva Técnica irá permitir que os acervos sejam resguardados para que os prédios sejam recuperados, gerando assim, uma ação em cadeia”.

Ainda segundo a pasta, os projetos para o chamado Complexo dos Museus — parque na entrada do câmpus da USP onde se encontram o Museu Histórico, o Museu do Café e um Jardim Botânico — “estão sendo realizado em etapas, sempre em uma força tarefa que envolve a empresa que desenvolveu os projetos, poder público e Conppac”.

Indagada sobre a questão dos recursos necessários à realização das obras de restauro, orçadas inicialmente em R$ 15 milhões, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo admitiu o emprego de verbas públicas: “Em relação ao financiamento das obras, a princípio serão executadas com recursos públicos, com a possibilidade de captação de parcerias privadas”. É uma novidade interessante, porque assim a Prefeitura não dependerá de doações para dar início à execução do projeto de restauro.

Quanto à questão da contratação de museólogos para coordenar o processo de manutenção e recuperação dos acervos, conforme reivindicação da comunidade, a pasta declarou que está “trabalhando no sentido de priorizar um profissional que possa atender a demanda museológica”.

EXPRESSO ADUSP


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