Mídia
“Folha” desculpa-se e publica, afinal, carta da Adusp que rebate editorial de 29/9 favorável a ensino pago na USP
A Folha de S. Paulo finalmente publicou, no dia 4/10 na versão online e no dia 5/10 na edição impressa, uma carta da Diretoria da Adusp encaminhada ao jornal no dia 29/9 com a finalidade de responder ao editorial intitulado “Déficit universitário”, publicado naquela data e que defende, ainda que dissimuladamente, a implantação de ensino pago nas universidades públicas.
No dia 3/10, o Informativo Adusp Online registrou, em matéria, que a Folha não publicou a carta. Depois disso, o jornal entrou em contato com a Adusp para desculpar-se pela não publicação imediata, fato que atribuiu ao grande volume de mensagens eletrônicas encaminhadas ao “Painel do Leitor”. O jornal também se dispôs a veicular, eventualmente, uma versão atualizada, ou a carta original. A Diretoria da Adusp preferiu esta última opção, e a Folha publicou a carta na íntegra.
O editorial da Folha em questão, após sugerir que os salários pagos à força de trabalho comprometem a sustentação das universidades (“Gastos com docentes e servidores administrativos consomem grande parte dos orçamentos das instituições, faltando verba para investimento em pesquisa, tecnologia e inovação, quando não para o custo mais básico”), propõe “alternativas de financiamento […] para que os beneficiários também contribuam para o sustento das universidades”.
Leia a seguir a resposta da Diretoria da Adusp.
“Déficit universitário”
Ao pronunciar-se sobre a greve discente que se expande na USP, o editorial desta Folha “Déficit universitário” (Editoriais, 29/9) comete equívocos em série, antes de desembocar na surrada tese das “alternativas de financiamento”, cuja intenção real é instituir a privatização e o ensino pago nas universidades públicas. É exatamente o “modelo próprio e meritório de autonomia, pelo qual recebem parcelas fixas da arrecadação do ICMS”, que garante à USP, Unesp e Unicamp manter docentes em regime de dedicação integral e produzir ensino, pesquisa e extensão de alta qualidade e úteis à sociedade. A resistência da Reitoria em repor docentes e funcionários perdidos desde 2014 é política: a USP entrou em 2023 com R$ 5,7 bilhões em caixa.
Michele Schultz, presidente da Adusp
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- Diretrizes orçamentárias de 2025 aprovadas na Alesp mantêm possibilidade de corte de 30% nos recursos da Fapesp; repasse às universidades continua a ser de “no mínimo” 9,57% da QPE do ICMS
- Plano de saúde Bradesco encareceu 74% desde 2022. Diretor da FUSP comemora “negociações que saíram de 42,5% para finalizar em 19%” em 2024
- Tribunal de Justiça rejeita novos embargos da USP e manda cumprir sentença sobre correção da URV, mas mantém lista de apenas 1.198 beneficiários(as), e Adusp prepara recurso ao STJ
- “Inquérito de reputação” de rankings estrangeiros leva PRPG a pedir a programas de pós-graduação contatos de empregadores de egressos e egressas
- Reitoria anuncia para agosto diplomações honoríficas de 15 estudantes da FFLCH assassinados(as) pela Ditadura Militar