Movimento Sindical
Greve no Ipen termina, sem conquistar isonomia salarial com outras carreiras federais de C&T
Os funcionários do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e sediado no campus da USP em São Paulo, entraram em greve no dia 17/10, reivindicando isonomia salarial com categorias similares do setor público federal. A greve terminou no dia 10/12, sem qualquer concessão da parte do governo.
Em outras unidades da Cnen, sediadas no Rio de Janeiro, Pernambuco e Goiás, os funcionários também entraram em greve. Porém, uma a uma, suspenderam o movimento, o que terminou por levar estes últimos a também encerrar a greve.
Os funcionários são representados pela Associação dos Servidores do Ipen (Assipen), que no plano nacional participa do Fórum da Ciência e Tecnologia, uma articulação dos sindicatos do funcionalismo público na área e interlocutora do governo nas negociações salariais.
No dia 11/11, havia a expectativa de uma reunião com o Ministério da Ciência e Tecnologia, segundo informou ao Informativo Adusp Walter Ricci, diretor da Assipen. No entanto, qualquer decisão sobre salários depende do Ministério do Planejamento, que se mostrou intransigente.
Discrepância
Ricci informou que a Assipen atendeu à ordem judicial para que fosse mantida a produção de radiofármacos, de modo que, mesmo antes do final da greve, 40% dos funcionários desse setor voltaram ao trabalho no Ipen.
“A carreira de ciência e tecnologia possuía cerca de 40 mil servidores, antes que alguns institutos (IBGE, Fiocruz, Inpi e Inmetro) dela saíssem para constituir carreiras próprias. Hoje, a carreira de C&T possui cerca de 20 mil servidores”, explica o boletim de 29/10 da Assipen. “Os institutos que saíram da nossa carreira têm desde junho de 2006 tabelas de vencimento bem melhores do que a nossa”, acrescenta o texto.
Dois exemplos demonstram a discrepância. Enquanto um funcionário de nível intermediário (técnico e assistente), com especialização, recebe no Ipen piso de R$ 1.640,43 e teto de R$ 2.605,84, no Inmetro os valores para a mesma faixa são de R$ 2.061,35 e R$ 3.443,87 respectivamente. No que diz respeito ao nível superior (pesquisador, tecnologista e analista), com mestrado, no Ipen o piso é de R$ 3.781,30 e o teto de R$ 5.873,04, mas no Inmetro os valores correspondentes são de R$ 5.655,19 e R$ 9.565,81.
Matéria publicada no Informativo nº 250
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