Movimento Sindical
Perseguição a sindicalista no Laboratório Síncrotron
Os trabalhadores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia sediada em Campinas, estão em campanha salarial na qual reivindicam reajuste de 7,5% e abono de R$ 1.500, entre outros pontos. O Síncrotron é gerido, por meio de um contrato de gestão, pela Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron (ABTLuS). Seus funcionários são contratados via CLT já que a ABTLuS é uma organização social (OS).
A negociação entre a ABTLus e o Sindicato dos Trabalhadores em C&T de São Paulo (SinTPq), que representa os trabalhadores, tem sido conturbada. O sindicato afirma que o negociador contratado pela gestora do Síncrotron não conhece a situação interna do laboratório e comporta-se de modo desdenhoso nas reuniões de negociação. Além disso, no dia 12/9 o diretor do sindicato Joelmo Jesus de Oliveira, que trabalha no Síncrotron, foi suspenso pela direção do laboratório, para “apuração de falta grave”, expediente empresarial típico para afastar sindicalistas combativos. A idéia da gestora é demitir Oliveira por “justa causa”, após inquérito judicial.
Na última assembléia, em 10/9, os funcionários rejeitaram a segunda contra-proposta da ABTLus — reajuste de 4%, mas contemplando também os benefícios sociais reivindicados, como a extensão de dois meses para a licença-maternidade — e confirmaram o estado de paralisação decretado em assembléia anterior. O SinTPq já pediu nova rodada de negociação. “Caso não haja avanços, organizaremos novas paralisações das atividades no laboratório”, informa o sindicato.
Recomendação
Os trabalhadores argumentam que a ABTLus tem condição financeira de conceder maiores aumentos salariais. Prova disso seria o fato de que os diretores da entidade receberam reajuste de 20% em 2006, concedido pelo Conselho de Administração. “A ABTluS possui mais de R$ 20 milhões em aplicações financeiras. Uma auditoria da Controladoria Geral da União recomendou que esse saldo fosse diminuído, não sendo sustentável a afirmação de escassez de recursos para concessão de um abono ou um aumento mais significativo”, protesta o sindicalista Oliveira.
José Paulo Porsani, presidente do sindicato, enviou carta ao Conselho de Administração, com o intuito de “solucionar o impasse” da campanha salarial e “evitar novas paralisações”, esperando “que este colegiado indique uma solução para a situação atual, com uma melhoria na proposta da ABTLus nas cláusulas econômicas de nosso acordo coletivo”.
Porsani lembra que há condições financeiras para tanto, pois “já existe, inclusive, um Termo Aditivo assinado para o período de 2006 a 2009 no valor de R$ 111.189.000”. Ele aponta ainda a falta de transparência da direção do Síncrotron com relação à disponibilidade de recursos financeiros.
No dia 12/9 o Informativo Adusp procurou a assessoria de imprensa do professor José Antonio Brum, diretor-geral do Síncrotron, para que ele comentasse as declarações do sindicato e os incidentes da campanha salarial. Até o fechamento desta edição, contudo, Brum não se manifestou.
Matéria publicada no Informativo n° 244
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