Nós, docentes negras, negros e negres da USP, reiteramos a implantação imediata das Políticas de Ações Afirmativas nos concursos docentes para que promovam o ingresso de pessoas negras como docentes na maior Universidade do país. Nosso coletivo, a partir de pesquisas e experiências de outras instituições e de nossos esforços e discussões, elaborou uma proposta detalhada que foi apresentada à Reitoria em 9 de novembro do ano passado. Contudo, a proposta apresentada pela PRIP, que foi aprovada no Co, não levou em conta nosso documento, considerando que nós elaboramos uma sugestão a partir de nosso lugar como docentes negros/as/es e que vivenciam, na prática, os efeitos do racismo estrutural.

Nosso grupo considera um avanço a proposta apresentada pela PRIP, porém explicita que esta dificilmente vai contribuir para a redução das desigualdades raciais já que: 1) raramente os concursos docentes têm mais de uma vaga; 2) o resultado do concurso se dá por indicação da banca, onde a pontuação do candidato pode ficar num segundo plano no processo de aprovação; 3) as provas escritas não são anônimas e têm leitura pública, o que pode dar margem ao viés racista; 4) não há um prazo para alcance da meta de igualar o percentual da composição racial da população do Estado de São Paulo.

Dessa forma, reafirmamos nossas propostas de ações afirmativas, apoiamos a mobilização estudantil e seu direito à greve e reafirmamos a urgência da contratação de docentes negras/os/es para que a USP coloque em prática uma universidade anti-racista.

São Paulo, 26/9/2023

Coletivo de Docentes Negras, Negros e Negres da USP

EXPRESSO ADUSP


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