“Reforma Agrária Popular: Em Defesa da Natureza e de Alimentos Saudáveis” é o lema da X Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), que ocorre em mais de setenta instituições de ensino superior no país desde 2014. Estudantes e docentes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), com apoio da diretoria regional da Adusp, e militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizam a JURA desde o início, há dez anos.

Mesmo durante os anos da pandemia, com as atividades presenciais na universidade suspensas em 2020 e 2021, a JURA foi realizada de forma remota. Seus registros estão disponíveis no site da Adusp, na página do YouTube e Instagram, ambos com o endereço @juraesalq. A programação de 2023, entre os dias 16 e 21 de abril, prevê muitas atividades.

Já no domingo (16/4), a partir das 9h, ocorreu um mutirão no SAF-Horta na Casa do Hip Hop de Piracicaba, localizada no bairro Paulicéia, com café da manhã colaborativo. O objetivo é integrar a JURA em atividades práticas junto a iniciativas locais fundadas em agroecologia e soberania alimentar.

Todos os dias da semana, ocorrerão as “Juras de Almoço”, em frente ao Restaurante Universitário, no campus da Esalq, com rodas de conversa, apresentações culturais e café para divulgar as atividades da Jornada e debater a importância da reforma agrária e da produção de alimentos saudáveis em contexto de terceirização e precarização dos restaurantes universitários.

Nesta segunda-feira (17/4), a partir das 14h, no Centro de Vivências “Luiz Hirata”, será realizada a Oficina do Teatro do Oprimido, com Jennifer Garcia, professora de artes cênicas formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André e participante do Grupo Andaime Teatro.

A mesa de abertura versará sobre a conjuntura social, política, econômica em torno da questão agrária no Brasil, após a derrota eleitoral de Bolsonaro e os 100 primeiros dias de governo Lula. Esta mesa será composta por Sabrina Diniz Bittencourt Nepomuceno (superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-Incra), Delweck Matheus (MST) e Gabriel Landi (Editor da LavraPalavra). O debate se inicia às 19h, no anfiteatro da Economia.

Na terça-feira (18/4), serão realizadas três atividades. No período da manhã, às 9h, ocorre a Oficina de Introdução à Reforma Agrária, tratando os conceitos básicos e aspectos históricos do tema no Centro de Vivências “Luiz Hirata”, ministrada por membros comissão organizadora da JURA. Às 14h, será a vez da Roda de Conversa Juventude no Campo, com a presença de Kaleb Fernandes, coordenador da Juventude do MST na Grande São Paulo e morador do Assentamento Dom Tomás Balduíno, e Miqueias Marques, geógrafo formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), dirigente de Comunicação, Cultura e Juventude do MST na regional de Ribeirão Preto e morador do Assentamento Sepé Tiarajú.

Ainda na terça-feira, às 19h, no anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais, ocorrerá debate sobre “Reforma Agrária no Século XXI: capital financeiro e agronegócio”, com a presença de Bruno Spadotto, doutor em Geografia pela USP, e Guilherme Delgado, doutor em Economia pela Unicamp e diretor da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA).

Na quarta-feira (19/4), mais três atividades são previstas. No período da manhã, o grupo Territórios Rurais e Reforma Agrária (TERRA) realizará o Fórum Terra no Centro de Vivências “Luiz Hirata”. No período da tarde, ocorrerá plantio de árvore na área do campus Luiz de Queiroz em comemoração aos 10 anos de realização da JURA. À partir das 19h, no anfiteatro do Departamento de Ciências Florestais, ocorrerão a entrega do Prêmio Paulo Kageyama, concedido a personalidades de destaque no tema agrário, e, em seguida, a mesa “Feminismo e Reforma Agrária”, com a presença de Miriam Nobre (SOF) e Maria Alves da Silva (MST).

Na quinta-feira (20/4), às 9h, José Roberto Novaes, professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador e documentarista de temas relacionados ao mundo do trabalho e ao resgate da memória das lutas dos trabalhadores rurais, realizará a oficina “Audiovisual, Comunicação e Luta da Classe Trabalhadora”, de forma remota. Às 14h, enquanto aula aberta da disciplina de “Sociologia e Extensão”, Luciana Ahamy e Awa Mbarete (Diretores da Etnocidade Campinas) abordarão o tema “Território e Identidade Guarani”. Em seguida, os palestrantes ministrarão uma Oficina de Grafismo Indígena.

Às 19h, a mesa de encerramento contará com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e de Lucinéia do Rosário, dirigente nacional do MST. Nesta ocasião, será lida também a “Carta Jura 2023”, com posicionamentos e proposições dos participantes do evento com vistas ao tratamento dos problemas agrários no país.

Enfim, na sexta-feira, 21/4, último dia da JURA-Esalq, será realizada a “Vivência e Mutirão no Acampamento Marielle Vive”, ocupação do MST localizada na cidade de Valinhos, com cinco anos de existência, comemorada no dia 14 de abril.

A Jornada é organizada pela Adusp, Agremal, APG-Esalq, DCE Livre da USP, Grupo TERRA, LPJ, MBP, NACE-PETCA, OCA e UJC.

Participe da X JURA! Acompanhe também pelo Instagram @juraesalq.

EXPRESSO ADUSP


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