Perdemos André Orlandin (“Raposão”), por Covid-19
André Luís Orlandin

 

 

 “O Sintusp vem comunicar a todos(as) os(as) companheiros(as) com imenso pesar o falecimento no dia de hoje, 11/8/2021, do nosso amigo e querido André Luís Orlandin – Raposão, diretor estadual do Sintusp e funcionário do PUSP-RP. Eterno lutador dos direitos dos trabalhadores(as) da USP.  Raposão!!! Presente! Sempre presente”. 

Com estas palavras emocionadas o Sindicato dos Trabalhadores da USP expressou a dor pela perda de um de seus mais veteranos e conhecidos dirigentes, que faleceu, acometido pela Covid-19 (embora já tivesse tomado a primeira dose da vacina), após semanas de internação hospitalar.

O velório foi marcado para quinta-feira 12/8/2021, das 8h às 10h, no Memorial Bom Pastor Sala 2 (Avenida das Lágrimas, 600, Ribeirão Preto), com acesso restrito e uso obrigatório de máscaras.

“Recebemos, com profundo pesar, a notícia da morte do companheiro André Luís Orlandin, trabalhador da Prefeitura do câmpus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e diretor do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp)”, declarou, em nota, a Diretoria da Adusp. “O peso da notícia fica ainda maior por sabermos que André, conhecido como Raposão, foi mais uma vítima da Covid-19. Gostaríamos de enviar nossas condolências aos familiares, amiga(o)s e companheira(o)s do Sintusp pela inestimável perda”.

“Vá em paz, companheiro”

“Neste caminho de 39 anos de USP, conheci pessoas aqui dentro que me ajudaram indiretamente na minha formação por um universo mais justo, mais acessível, mais inclusivo e mais decente”, relata, a propósito do falecimento de Raposão, o funcionário Márcio Rogério Penha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), que é deficiente visual.
 
“Em momentos necessários, algumas vozes ecoaram em autofalantes e viva voz, algumas presenças de enfrentamento formavam barricadas humanas nas entradas da USP. Quando meus olhos perderam a captura dos estímulos do ambiente, dentre algumas vozes uma se fazia presente e fácil de identificação”, prossegue.
 
“Quando o ouvido não capturava a voz no carro de som que transitava as ruas em paralelepípedo, um toque gentil de uma mão me orientava para me juntar à luta com a massa. Dizia a voz grave em sua trovoada: ‘Peinha, precisamos de você’. Entre tantos, um nome ecoará por muito tempo nestes carros de som, nestes portões, nesta universidade, mas, principalmente dentro de nós. Vá em paz companheiro, hoje sou infeliz pela sua partida, mas, também pelo que perdi não estando a seu lado nestas horas. Vá em paz, Raposão”. 
 
Também a professora Vera Navarro, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), lamentou o desaparecimento do sindicalista. “Perdemos uma pessoa conhecida na USP Ribeirão pela sua combatividade, sua garra e sua presença constante em todos os movimentos, atividades, atos em defesa dos trabalhadores. Vai ser difícil passar pelos portões da USP sem lembrar de sua presença lá em dia de manifestação”, publicou ela em rede social.
 
“Alto  forte, de voz grave, Raposão era um amor de pessoa, e muito bem humorado”, recordou. “Fará muita falta à USP e ao Sintusp, entidade que dirigia com muito apreço e garra. Vá em paz Raposão, aqui continuaremos na guerra… por você, pelo mais de meio milhão de pessoas que tiveram suas vidas ceifadas. Que haja punição aos responsáveis por esta carnificina”.
 

EXPRESSO ADUSP


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