Servidoras e servidores estaduais paulistas terão até o dia 30 de novembro para efetuar seu respectivo recadastramento digital anual, que é obrigatório, conforme determinado pela Secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado de São Paulo (SGGD) e repassado ao corpo docente da USP pelo Departamento de Recursos Humanos (DRH). No entanto, falhas no aplicativo adotado pela SGDD têm impedido o recadastramento de várias(os) docentes. Em 2024, problemas semelhantes levaram à judicialização da questão, e o governo foi obrigado a estender o prazo inicial.

De acordo com o DRH da USP, o recadastramento deve ser realizado pelo aplicativo SouSP, disponível na Google Play (Android) e App Store (iOS), ou diretamente pela plataforma web do mesmo nome. Há docentes que não conseguem se recadastrar nem pelo celular, nem pela plataforma. E o próprio departamento avisou, no dia 5 de novembro: “Até o momento, não há formas alternativas de realizar o recadastramento”.

O DRH central informou que o aviso, recebido por muitas pessoas no aplicativo, de que “estariam dispensadas de realizar o recadastramento”, está incorreto. “Para quem recebeu essa mensagem ou está enfrentando outras dificuldades de acesso, a orientação é aguardar alguns dias para verificar se as plataformas se estabilizam”, acrescentou o DRH do Instituto de Matemática e Estatística (IME). “Caso seja necessário alterar algum dado, a própria pessoa deve solicitar a correção pelo e-mail sou@sp.gov.br, uma vez que não temos acesso à base de dados do governo estadual”, acrescenta.

“Recebemos a informação de que os dados dos servidores da USP ainda não foram carregados no sistema para o Recadastramento Digital”, informou, no dia 11 de novembro, Vitor Estevam Bastos Pereira, do Centro de Serviços Compartilhados em Recursos Humanos “Luiz de Queiroz”, da USP de Piracicaba, em resposta a um questionamento que lhe fora enviado pela Diretoria Regional da Adusp. Esse centro é uma divisão local do DRH. “A orientação é para que os servidores da USP tentem novamente nos próximos dias”.

O professor Rodrigo Pelegrini Ratier, da Escola de Comunicações e Artes (ECA), precisou de 33 minutos para se recadastrar. “Achei bem trabalhoso. Tenho bastante familiaridade com o digital, imagino que quem não tenha possa ter se enrolado com a necessidade de fazer a prova de vida no gov.br e depois voltar para o sp.gov”, destaca, em declaração ao Informativo Adusp Online. “Também tenho os documentos digitalizados em uma pasta no computador. Ainda assim, tive de convertê-los para poder subir via aplicativo no celular. Esperei a normalização dos sistemas, pois as notícias do começo do mês eram de que havia muita instabilidade”.

Docentes têm protestado contra a situação absurda e desrespeitosa. “Este sistema deveria ser simplesmente boicotado pela incompetência de quem fez/comprou. Eu já tentei de tudo. Tenho Internet ótima. Resolvi desinstalar o aplicativo e reinstalar, e agora não [re]instala, pois diz que meu dispositivo é incompatível”, comenta uma docente. “Então fiz pela web, só que a prova de vida, que foi feita no app gov.br (este funciona bem), não é reconhecida pelo sp.gov da web (e já tem mais de uma semana). Enfim, já perdi tempo demais com isto”, lamenta.

“No meu gov.br a prova de vida está certificada, todavia, o SouSP não consegue fazer a extração da prova. Como sempre, o Estado de São Paulo ‘não me desiludiu’”, ironiza um docente, que recordou as circunstâncias do recadastramento de usuários(as) do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe). “Antes o sistema de recadastramento no mês do aniversário funcionava à perfeição. Mas desde que mudaram para o aplicativo no ano passado é a porcaria que se sabe, cuja cereja no topo do bolo culminou no recadastramento no Iamspe”.

O desabafo de outra docente resume bem o que está ocorrendo: “Situação ultrajante! Se o governo estadual nos exige este cadastramento, que nos dê condições dignas e competentes para isso!”.

EXPRESSO ADUSP


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