Universidade
“Filô” afasta professor por 180 dias, após apuração preliminar, e PAD contra ele investiga acusações de assédio sexual
Procurada pela mídia, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), conhecida como “Filô”, emitiu em 28 de fevereiro último nota na qual comunica o afastamento por 180 dias do docente José Maurício Rosolen, que é objeto de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Segundo o portal noticioso G1, em reportagem inicial publicada no dia 9 de março, o PAD foi precedido de um processo de apuração preliminar, iniciado em setembro de 2024, depois que a unidade recebeu diversas denúncias de assédio sexual contra Rosolen.
O Informativo Adusp Online apurou que a orientação de afastamento do docente partiu da Procuradoria Geral (PG-USP) e foi acatada pela diretora da “Filô”, professora Christie Ramos Andrade Leite Panissi, que estaria disposta a dar celeridade à investigação.
A nota da Filô não explicita as acusações a Rosolen, limitando-se a afirmar que o PAD é “em desfavor ao [sic] professor”, mas acrescenta, em seguida: “A FFCLRP repudia qualquer forma de assédio, discriminação ou conduta inadequada, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico ético e respeitoso”.
Numa segunda reportagem, publicada nesta segunda-feira, 10 de março, o G1 traz novas declarações de duas ex-alunas de pós-graduação que fazem acusações minuciosas a Rosolen. “Toques físicos, viagens e convites para academia: veja relatos de alunas sobre professor da USP acusado de assédio sexual”, resume a manchete da matéria.
O afastamento é medida incomum, mas foi aberto um precedente no caso do professor Alysson Leandro Barbate Mascaro, da Faculdade de Direito (FD-USP), também acusado de abusos sexuais. O rito adotado pela “Filô” em relação ao professor do Departamento de Química é idêntico ao adotado pela FD quanto a Mascaro: ao final da apuração preliminar, afastamento imediato.
Rosolen, que ingressou na “Filô” em 1997 e é livre-docente desde 2004, atualmente é professor associado III e tem projeção como pesquisador e no campo institucional. Cursou mestrado em Física na Unicamp, doutorado em Química na Universita Degli Studi La Sapienza, em Roma, e tem cinco pós-doutorados: no Brasil, na Itália, na Inglaterra e na Espanha.
Informa ainda, no Currículo Lattes, que seu laboratório “está vinculado ao Centro de Nanotecnologia Aplicada à Indústria (CNAI-FFCLRP-USP) e ao Sisnano USP”, menciona diversos projetos internacionais em consórcios, “com parcerias em andamento ou já concluídas nos Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Grécia”, e cita que é membro do Conselho Curador do Polo Tecnológico de Ribeirão Preto e representante de instituições de ensino superior no Conselho Municipal de Educação.
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