Universidade
Na Esalq, Guarda Universitária e Polícia Militar ameaçaram interferência em processo eleitoral de estudantes; Prefeitura do Câmpus contornou o problema, mas incidente preocupa entidades
No dia 5 de junho, a realização das eleições para definição dos delegados do Congresso Nacional da UNE (União Nacional dos Estudantes) no câmpus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) foi marcada por um episódio que gerou tumulto e indignação entre os estudantes.
Durante a votação, que acontecia com faixas e distribuição de panfletos na saída do restaurante universitário, um estudante, que não estava participando do processo eleitoral, sentiu-se incomodado com o processo e acionou a Guarda Universitária, alegando que a atividade seria irregular. Poucos minutos depois, agentes da Guarda Universitária chegaram ao local para averiguar a situação e chegaram a apreender panfletos de chapas concorrentes. Na sequência, a Polícia Militar (PM) também foi acionada e compareceu ao local.
Diante da presença da Guarda Universitária e da PM, os estudantes responsáveis pela organização da eleição entraram em contato com o prefeito do câmpus “Luiz de Queiroz”, professor Luciano Mendes, que prontamente foi até o local. O prefeito do câmpus assegurou a legalidade do processo eleitoral estudantil.
Apesar da resolução do problema desta maneira, o episódio chamou a atenção por duas principais razões: em primeiro lugar, trata-se da rapidez com que tanto a Guarda Universitária quanto a PM chegaram ao local, mesmo diante de uma denúncia considerada infundada dada a legalidade do processo eleitoral. Tal agilidade contrasta principalmente com a postura diante das ocorrências de trotes abusivos registrados nos primeiros meses do ano, que não receberam a mesma resposta.
Em segundo lugar, causa preocupação a presença da PM dentro do campus universitário em um contexto de manifestação estudantil, o que para muitos remete a um cenário de intimidação e censura diante de um processo democrático, e desproporcionalidade dada a natureza da atividade realizada.
Através de postagens nas redes sociais, representantes do movimento estudantil afirmam que seguirão atentos à defesa da autonomia universitária e à garantia do livre exercício das atividades políticas no espaço acadêmico.
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