A reunião de negociação entre estudantes em greve e a Reitoria, realizada nesta quinta-feira (28/9), não contou com qualquer proposta concreta ou aceno ao movimento, que busca a reposição imediata de docentes para todas as unidades da USP e mudanças substanciais nas bolsas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE). Ao final da conversação, uma nova reunião foi marcada para o dia 4/10.

Ausente o reitor, que se encontra na Europa, a reunião foi aberta pela vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda. Mas ela só permaneceu por 15 minutos, delegando a coordenação da mesa ao professor Ruy Braga (FFLCH), seu assessor. Também estiveram na reunião, como representantes da Reitoria, o pró-reitor Aluísio Segurado (Graduação), a pró-reitora Ana Lanna (Inclusão e Pertencimento), o coordenador executivo do Gabinete do Reitor, Edmilson Dias de Freitas, o superintendente de Comunicação Social, Eugênio Bucci, e o professor Fernando Coelho (EACH).

Como representantes do movimento estudantil, participaram da reunião 11 estudantes, eleitas(os) durante reunião do Comando Geral de Greve realizada na véspera. Amanda Coelho Marzall (Mandi), diretora do centro acadêmico de Letras (CAELL) e uma das participantes, informou em áudio que a delegação apresentou inicialmente 23 demandas da greve, divididas em cinco eixos. “Nossa ideia de metodologia era apresentar cada ponto dos cinco eixos, e debater eixo por eixo objetivamente, de forma muito pragmática, para saber quais seriam as contrapropostas da Reitoria”, explica ela.

“Só que a Reitoria empacou com nossa metodologia de organização do debate e apresentação das pautas. Falaram que só estavam dispostos a debater nove pautas. Nós conseguimos falar quais são as 23, mas eles só abriram a possibilidade de debater nove. Depois nós conseguimos aumentar para 12. Na prática só conseguimos entrar em um eixo, que é o da contratação de professores. Debatemos apenas um ponto, que é o do retorno do gatilho automático. Mais ou menos passamos por cima do tema do edital de mérito”, resume.

“A Reitoria continua nesse discurso de que tem feito muito pelos estudantes, etc. O que tem sido feito é um tapa-buraco”, comentou Allan Terada, do DCE-Livre, ao avaliar o comportamento da Reitoria na reunião, a pedido do Informativo Adusp Online. “A gente não conseguiu sair do primeiro ponto. Ou seja: a Reitoria ainda não está disposta a ouvir, mas estamos dispostos a subir o tom se necessário”, advertiu. “A Reitoria não apresentou nada novo, nenhuma proposta concreta. E queremos resposta para nossos problemas”, reiterou.

EXPRESSO ADUSP


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