Saúde
Docente vê falhas na UBAS de São Carlos
A demora na autorização, pelo Departamento de Saúde, para realização de exames solicitados em São Carlos por especialistas, incomoda os docentes da USP que precisam recorrer ao ambulatório médico (UBAS) daquele campus. O professor Esmerindo de Souza Bernardes (IFSC) entrou em contato com a diretoria da Adusp para queixar-se de que exames com algum nível de complexidade requerem essa autorização, que “leva até quatro dias” para sair, em alguns casos.
“Exames simples, como os de sangue e urina, as próprias atendentes e enfermeiras já liberam. Exames mais complexos precisam ser autorizados em São Paulo, e aí é que está o problema. Há poucos laboratórios em São Carlos e não temos cobertura fora da cidade. Isso acarreta uma dificuldade em agendar os exames, porque a demanda normal já é alta”, diz o professor. Segundo Bernardes, a demora nas autorizações acarreta duas a três semanas de espera adicional.
Outro problema apontado pelo professor no atendimento da UBAS diz respeito à privacidade: “Às vezes você tem que conversar sobre o exame que está encaminhando na frente de todo mundo. Poderia haver cuidado maior. Pode ser despreparo, porque as pessoas são bem-intencionadas”, ressalva Bernardes.
Ele lamenta, ainda, que os docentes não possam recorrer ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), a apenas uma hora de São Carlos, para consultar especialistas, da mesma forma que recorrem ao Hospital Universitário (HU), em São Paulo.
“Filtragem”
A chefe de seção Cristina Trofino, responsável pela UBAS, informa que o prazo para liberação de exames é de três dias úteis. No seu entender, é uma cautela necessária: “Isso não é um plano de saúde, é um benefício”. Nos casos urgentes, porém, a UBAS procura “liberar o mais rapidamente possível” os exames, bem como agilizar o agendamento de consultas no HU. Quanto à privacidade, Cristina contesta o professor: “A gente tem esse cuidado, sim. Procura chamar as pessoas para uma sala reservada”.
O médico Walter Fernandes, diretor do Departamento de Saúde, declara que é preciso controlar os exames solicitados: “Existem muitos artifícios, distorções. A gente faz filtragem disso”. “Normalmente libero os exames de um dia para o outro, por e-mail, 72 horas é o prazo máximo”, sustenta o diretor. “Algumas autorizações já são prévias. Por exemplo: uma gestante fará três consultas e três ultrassonografias. Se precisar de um ultrassom que foge dos parâmetros, aí sim a unidade faz um pedido para São Paulo”.
Não há contrato entre o Departamento de Saúde e o HCRP, explica Fernandes. “Não nos propomos a substituir o sistema de saúde vigente", mas sim "a complementar, dentro das possibilidades”.
Matéria publicada no Informativo nº 291
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