EAD
Instalada, às pressas, a primeira graduação à distância da USP
Após processo sujeito a várias idas e vindas, foi aprovado, em início de 2009, o primeiro curso de graduação “semi-presencial” da USP: justamente uma licenciatura, no caso, em Ciências. Esta designação é um eufemismo, atualmente em voga, para Ensino à Distância (EàD). Designa, aqui, aulas e atividades aos sábados e provas presenciais. Após um concurso vestibular, com provas de múltipla escolha e inscrições realizadas em começos de outubro, este curso começou a funcionar, com pressa repentina, a partir do dia 16/10.
Uma consulta ao site (www.licenciaturaciencias.usp.br), por ocasião da inscrição, mostrava que lá não estavam disponíveis nem estrutura do curso, nem grade curricular, muito menos ementas das diversas disciplinas propostas… Finalmente, no dia 16/10 foi divulgado na página o Manual do Aluno, também pouco informativo sobre detalhes daquilo que deveria ser o cerne da graduação pela qual os estudantes haviam optado.
Educadores são praticamente unânimes em afirmar que é impossível formar um professor sem um intenso convívio social em um ambiente acadêmico apropriado, o que não exclui que se possa oferecer por EàD uma complementação à sua formação inicial. Contudo, são exatamente as licenciaturas os cursos mais oferecidos, na modalidade, em todo Brasil.
Várias perguntas surgem, quase naturalmente. Será que a prevalência no EàD das licenciaturas se dá por ser a profissão docente uma das mais desvalorizadas socialmente, na presente conjuntura? Será que a falta de detalhamento da proposta no meio, inicialmente propalado como sendo um dos principais (a Internet), tem a ver com possível falta de amadurecimento do curso?
Vários centros acadêmicos da USP fizeram, recentemente, um plebiscito em que a comunidade se colocou frontalmente contra o EàD, nos moldes de cursos de graduação. Não seria o caso de promover um amplo debate a respeito?
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