Condições de trabalho
Greves dos trabalhadores terminam com vitórias
Após dois meses sem receber salários, os funcionários terceirizados da empresa União, responsáveis pela limpeza da USP, finalmente receberam pelos serviços prestados. Em reunião realizada entre a empresa terceirizada e a Reitoria, em 18/4, foi decidido que os valores retidos, que não poderiam ser pagos à empresa devido à situação de inadimplência em que se encontrava, seriam utilizados para efetuar pagamentos diretos aos seus funcionários, por parte da USP.
Em 19/4 cerca de 300 funcionários já haviam recebido seus salários, e no dia seguinte, quando todos tiveram seus créditos quitados, a paralisação iniciada em 7/4 chegou ao fim. Dessa forma, após 20 dias de greve e 16 dias de bloqueio ao prédio da Reitoria, os funcionários receberam os salários — mas perderam o emprego. A nova empresa de limpeza, O.O. Lima, já havia sido contratada, desde o início da greve, por três meses, para substituir a empresa União. O contrato entre esta e a USP foi rescindido em 20/4.
Mesmo após o fim da greve, os terceirizados continuaram com a manifestação em frente à Reitoria, exigindo o pagamento tanto dos dias não trabalhados quanto das verbas rescisórias. Finalmente, no dia 25/4 as verbas de rescisão (férias atrasadas e décimo-terceiro salário) foram pagas, à exceção dos 40% de multa sobre o valor depositado no Fundo de Garantia (FGTS).
Homologação
De acordo com Marcelo Pablito, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a parcela do FGTS só poderá ser conseguida judicialmente e o Sintusp está organizando uma reunião com advogados para auxiliar os terceirizados na questão. “O maior problema agora é a homologação das demissões, para que eles possam dar entrada no seguro-desemprego”, explicou Pablito.
A greve dos funcionários celetistas da Reitoria também chegou ao fim, com uma vitória parcial. Os funcionários vinham resistindo desde 14/4 à decisão tomada pelo reitor Grandino Rodas de transferir o pessoal lotado na Reitoria para o Centro Empresarial Santo Amaro, na zona sul da cidade. Após 15 dias de greve, no entanto, a Reitoria recuou.
Em reunião realizada entre o Sintusp e a Reitoria, no dia 26/4, foi decidido que somente os funcionários interessados em trabalhar no Centro Empresarial Santo Amaro serão transferidos para lá. Uma lista com os nomes de tais funcionários será formulada e enviada à Reitoria em data a ser estabelecida.
Informativo n° 325
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