As empresas GranBio Inovação em Biotecnologia Industrial e Faculdade Inteli-Instituto Brasileiro de Tecnologia e Ciência da Computação (IBTCC, pertencente ao BTG Pactual), ambas participantes do programa de privatização denominado “IPT Open Experience”, que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas foi impelido a criar durante o governo João Doria-Rodrigo Garcia (PSDB), em maio último estavam em débito com suas obrigações contratuais.

O IPT é um centenário instituto público estadual de pesquisas, agora transformado em empresa pública, formalmente vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação que, no entanto, quase nada influi na sua condução. Como os demais institutos de pesquisa estaduais, foi submetido a um processo de desmanche por sucessivos governos do PSDB, pela via do corte de verbas e da não realização de concursos públicos para repor aposentadorias e desligamentos.

Os governos Doria-Garcia e Tarcísio de Freitas (Republicanos)-Felício Ramuth (PSD) aceleraram a privatização do IPT, por meio da cessão de equipamentos e de pessoal a grandes empresas privadas, como Lenovo e Google. Embora não seja uma empresa que desenvolva tecnologias, a Faculdade Inteli-IBTCC foi incluída no “IPT Open”.

Planilha da Fundação IPT (FIPT), entidade privada que administra os contratos do IPT, à qual o Informativo Adusp Online teve acesso, revela que a GranBio tinha em aberto, em maio deste ano, quatro pagamentos, referentes aos meses de março e abril de 2024, que totalizavam R$ 77.632,56 em atraso. Já a Inteli, nome fantasia do IBTCC, devia R$ 30.686,61 referentes a março de 2024.

A maior parte dos valores, em ambos os casos, corresponde a parcelas mensais referentes ao uso permanente dos prédios do IPT por essas empresas. A Faculdade Inteli, por exemplo, não apenas apoderou-se de uma parte do câmpus do instituto público, situado na Cidade Universitária do Butantã, mas também recebeu a benesse de uma entrada própria, identificada com sua logomarca.

Na manhã desta sexta-feira, 12 de julho, o IPT postou no seu perfil no Instagram um vídeo intitulado “IPT Open – rompendo as barreiras da inovação”, com o qual, alegava o texto correspondente, o instituto estaria “desbravando novos horizontes”. Porém, uma chuva de comentários desfavoráveis ao programa e à gestão do instituto acabou obrigando os administradores do perfil a apagar a postagem.

Nessa mesma data, solicitamos à FIPT informações sobre a situação atual do “IPT Open” no tocante ao recebimento dos devidos pagamentos das empresas participantes do programa. Não recebemos resposta até o fechamento desta matéria. Caso esses esclarecimentos cheguem, o texto será devidamente atualizado.

EXPRESSO ADUSP


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