Realizou-se em Curitiba, entre 16 e 19/7, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o 54º Conselho do Andes-SN (Conad), que contou com a participação de 55 seções sindicais, 50 delegados e 100 observadores. Formaram a delegação da Adusp os professores João Zanetic (IF), como delegado, Sérgio Souto (FZEA), César Minto (FE) e Francisco Miraglia (IME), observadores. Também participou a professora Lighia B. Matsushigue, na condição de diretora regional do Andes-SN.

“O Conad é feito para atualização dos planos de metas do Congresso do Andes e esse objetivo foi plenamente alcançado. Tiraram-se deliberações importantes, principalmente na questão central da defesa da carreira: a reafirmação da unidade entre ensino, pesquisa e extensão”, comenta o professor Sérgio Souto.

Um dos assuntos mais debatidos, em razão da decisão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) de rediscutir a dedicação exclusiva, foi a carreira única. “Houve muitas intervenções contrárias a qualquer modificação que venha a dissociar ensino, pesquisa e extensão, e contra as gratificações. A proposta de carreira única do Andes-SN, uma idéia antiga, está sendo reformulada”, informa o professor. “A proposta do GT Carreira foi polêmica, será remetida às ADs e apresentada no próximo congresso do Andes-SN”.

Outro assunto polêmico: se o Andes-SN deve ou não participar da Conferência Nacional de Educação. “Algumas pessoas defenderam a participação, mas ganhou a não participação. A recomendação aprovada é de que ninguém participe na condição de representante do Andes, ninguém está autorizado a falar em nome da entidade na Conferência”, explica Souto.

Barrar a reforma

Sistematizadas em apresentação da professora Lighia Matsushigue, as propostas de reforma universitária em tramitação no Congresso também foram objeto da atenção do Conad. “Em linhas gerais, esses projetos querem desregulamentar o pouco de regulamentação que existe”, resume Souto.

Uma das principais deliberações do 54º Conad foi a retomada da Frente de Luta contra a Reforma Universitária. Segundo a Carta de Curitiba, “o Andes-SN envidará todos os esforços para barrar a reforma universitária que tramita no Congresso Nacional, convocando todos os docentes para o combate ao modelo privatizante e mercantil embutido nessa proposta de reforma”, sendo “tarefa urgente articular as entidades sindicais, acadêmicas, estudantis e os movimentos sociais para definir eixos comuns em defesa da educação pública (com base no PNE-proposta da sociedade brasileira), que possam subsidiar a construção de jornadas nacionais de luta em 2009”.

Assim, impõe-se “buscar a rearticulação da Frente de Luta contra a Reforma Universitária e discutir, especialmente com o movimento estudantil combativo, as formas de enfrentamento para impedir a aprovação da reforma universitária, que ameaça seriamente a educação superior pública em nosso país”.

A Carta também reitera o combate ao uso do ensino à distância na formação inicial, “pelo cunho reducionista e de aligeiramento dos processos formativos”. O 54º Conad, afirma o documento, “apontou o uso dessa modalidade de ensino como estratégia dos governos para promover a expansão do acesso ao ensino superior com redução de investimentos, seguindo determinações dos organismos multilaterais de financiamento, com o objetivo de atender aos interesses dos empresários da educação”.

 

Matéria publicada no Informativo nº 289

EXPRESSO ADUSP


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