Andes-SN
Congresso do Andes-SN aprova desfiliação da CSP-Conlutas; quatro chapas lançam candidatura para disputar a presidência do sindicato nacional
O 41º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Nível Superior (Andes-SN) aprovou a desfiliação do sindicato da central CSP-Conlutas. Foram 262 votos favoráveis à desfiliação, 127 contrários e 7 abstenções, em votação que ocorreu no último dia do congresso (10/2).
O encontro, realizado na Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco, teve a participação de mais de 600 docentes ao longo de cinco dias de duração. O tema central foi a defesa da educação pública e a garantia de todos os direitos da classe trabalhadora. A organização ficou a cargo da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac).
Após a decisão sobre a desfiliação do sindicato nacional da CSP-Conlutas, a(o)s docentes aprovaram a realização de um seminário nacional sobre a reorganização da classe trabalhadora em 2023. A plenária também aprovou que o Andes-SN, por meio da sua diretoria, secretarias regionais, grupos de trabalhos e seções sindicais, organize uma série de debates com o tema “A classe trabalhadora no enfrentamento às políticas da extrema-direita no Brasil e no mundo”.
Eleição da nova diretoria ocorre em maio
Pela primeira vez na história do sindicato nacional, quatro chapas se inscreveram com o objetivo de disputar a eleição para a nova diretoria da entidade.
As chapas apresentadas no 41º Congresso são as seguintes:
- Chapa 1 – “Andes-SN pela base: ousadia para sonhar, coragem para lutar”
Presidente: Gustavo Seferian (UFMG); secretária-geral: Francieli Rebelatto (Unila); 1ª tesoureira: Jennifer Susan Webb Santos (UFPA).
- Chapa 2 – “Andes-SN Classista e de Luta”
Presidente: André Rodrigues Guimarães (Unifap); secretária-geral: Celeste Pereira (UFPel); 1º tesoureiro: Welbson do Vale Madeira (UFMA).
- Chapa 3 – “Renova Andes”
Presidente: Luís Antonio Pasquetti (UnB); secretária-geral – Eleonora Ziller Camenietzki (UFRJ); 1ª tesoureira: Erika Suruagy (UFRPE).
- Chapa 4 – “Andes-SN classista: romper com a capitulação para lutar por salários, direitos e pelo socialismo”
Presidenta: Soraia de Carvalho (UFPE); secretário-geral – Raphael Góes Furtado (UFES); 1ª tesoureira: Gisele Cardoso Costa (UFAM).
A eleição da nova diretoria do Andes-SN ocorrerá nos dias 10 e 11/5, e a posse se dará durante o 66º Conad, em Campina Grande (PB), em junho.
A(o)s docentes aprovaram a escolha de Fortaleza (CE) como sede do 42º congresso, em 2024. A organização ficará a cargo do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato).
Ângela Mendes lembra os 35 anos do assassinato do pai, Chico Mendes
O congresso de Rio Branco recebeu a visita de várias lideranças sociais e comunitárias do Acre. Na noite de quinta-feira (9/2), a ambientalista Ângela Mendes, filha do seringueiro e liderança sindical Chico Mendes, assassinado por sua luta em defesa da floresta e de seus povos em 1988, fez uma saudação às e aos docentes.
“Queria desejar as boas-vindas e dizer que vocês estão aqui pisando em um chão que tem muita história, que tem muita resistência e tem muita luta. Vocês estão pisando no chão da aliança dos povos da floresta, do projeto seringueiro, de onde saiu também a luta pela conquista das reservas extrativistas, de onde saiu a mensagem para o mundo de que a floresta tem valor viva, e não morta. Tudo isso emergiu de dentro das matas aqui de Xapuri, do Acre, do Brasil para o mundo. E fez o Acre e o Brasil se tornar[em] essa potência e essa referência no discurso, na prática e na ação de preservação do meio ambiente”, afirmou.
Em 22/12, completam-se 35 anos da morte de seu pai. A data, disse Ângela, será lembrada com diversas atividades ao longo de 2023. “Este é o ano da retomada, da esperança de um Brasil melhor. A gente sai de um período muito difícil, muito violento para todos nós”, ressaltou.
Na sessão de abertura do congresso, no dia 6/2, Nedina Luíza Yawanawa, representante do Movimento Indígena do Acre e professora indígena, afirmou que, após anos de políticas de ataques, o momento é de esperança. “Tivemos um governo que retirou recursos das universidades. Agora, estamos vivendo um momento de esperança nesse novo governo, que nos convidou, povos indígenas, a ser protagonista dos nossos órgãos como a Funai, Sesai, e com a própria criação do Ministério dos Povos Indígenas. E isso nos alegra porque é um momento em que estamos participando ativamente da sociedade brasileira”, disse.
A abertura contou também com a apresentação do grupo Cantos e Encantos Yawanawa, composto por mulheres do povo Yawanawa, professoras indígenas formadas pelas UFAC e originárias da Terra Indígena do Rio Gregório. Houve ainda o lançamento da edição 71 da Revista Universidade e Sociedade, publicação semestral do Andes-SN.
Rivânia Moura, presidenta do sindicato nacional, salientou que a vida vem sendo atacada em todas as suas dimensões, do meio ambiente às políticas de previdência, segurança pública, saúde e educação. “Nós temos o compromisso neste congresso de pautarmos essas questões e sairmos daqui fortalecidos para enfrentar os próximos desafios”, afirmou na abertura dos trabalhos.
O Andes-SN decidiu que vai doar R$ 200 mil em favor do povo yanomami, com o fim de auxiliar na promoção das medidas necessárias à reparação dos danos sofridos e à redução dos efeitos da crise sanitária e humanitária decorrente das omissões e ações do governo genocida de Jair Bolsonaro (PL). A destinação dos recursos será feita em diálogo com as associações yanomami e intermediada pela Regional Norte I do sindicato.
O 41º congresso aprovou ainda os planos de lutas da(o)s docentes das instituições federais e das instituições estaduais e municipais de ensino superior. A cobertura completa do encontro está disponível no site do Andes-SN.
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