Conjuntura Nacional
Câmara Municipal de Piracicaba aprova moção de apoio à pretendida anistia de golpistas do 8 de janeiro com 10 votos a favor, 2 contra e 11 vereadores ausentes
Por 10 votos favoráveis e dois contrários, a Câmara Municipal de Piracicaba aprovou nesta quinta-feira 3 de abril, apesar de protestos dos movimentos sociais, a moção 66/2025, proposta pelos vereadores bolsonaristas Laércio Trevisan Jr. e Renan Leandro Paes (ambos do PL), que é de “apoio à anistia dos cidadãos acusados ou condenados por crimes políticos e conexos em decorrência das manifestações ocorridas no dia 8 de janeiro de 2023, na cidade de Brasília-DF”.
A aprovação ocorreu às 20h47, e o painel de votação da Câmara Municipal registrou que naquele momento eram 11 os vereadores ausentes da casa. Portanto, o número de votos favoráveis foi inferior ao de ausências. Na maioria dos casos, o mais provável é que tenham sido ausências propositais daqueles parlamentares que preferiram não comparecer para não serem obrigados a tomar partido (ou até mesmo optar pela abstenção).
A pretexto de preservar “a liberdade de expressão e o direito de manifestação pacífica” previstos na Constituição, a moção alega que os envolvidos nas manifestações de 8 de janeiro de 2023 que foram presos e estão sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) “exerceram seu direito de reunião, ainda que, em determinados momentos, os eventos tenham tomado proporções além do previsto”.
Votaram a favor da moção 66/2025, além dos autores, os vereadores Ary Pedroso Jr. (PL), Edson Roberto Bertaia e Gesiel “Madureira” (ambos do MDB), Paulo Henrique Ribeiro (Republicanos), Rafael Boer (PRTB), Rerlison Rezende (PSDB), Thiago Augusto Ribeiro (PRD) e Wagner Oliveira (PSD). Votaram contra as vereadoras Rai de Almeida (PT) e Sílvia Morales (PV).
Ausentaram-se da sessão André Gustavo Bandeira, Marco Bicheiro, Pedro Kawai (todos do PSDB), Alessandra Bellucci, Gustavo Pompeo (ambos do Avante), Cassio Luiz (PL), Fábio Henrique Silva (Republicanos), Felipe Jorge Dário (SD), Zezinho Pereira (União), José Everaldo Borges (PP) e Valdir Marques (PSD).
Apesar da retórica empregada na moção para justificar uma eventual anistia dos réus do STF, existem fartas evidências dos crimes cometidos por eles: depredação de patrimônio público, tentativa de golpe de Estado e diversas outras ilicitudes.
Além disso, após a investigação da Polícia Federal que revelou uma conspiração frustrada para assassinar, ainda em fins de 2022, o então presidente eleito Lula da Silva, o então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes (STF), com a finalidade de dar um golpe de Estado, os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 situam-se como uma retomada e uma continuação dos planos urdidos pela extrema-direita para manter Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
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