O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) convoca as seções sindicais a participar dos atos do Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro: em defesa da democracia e por eleições livres, direitos sociais, contra a violência, o desemprego e a fome.
 
A mobilização ocorre em todo o país na próxima quinta-feira (11/8).
 
Em São Paulo, a manifestação está marcada para o vão do Masp, na Avenida Paulista, às 17h.
 
Em Ribeirão Preto, o ato organizado pela Frente Democrática de Esquerda da cidade será às 17h na Esplanada do Teatro Pedro II.
 
“No dia 11/8/2022, estaremos nas ruas em defesa da democracia e pelo Fora Bolsonaro. Esse é o chamado articulado por entidades sindicais, movimento estudantil, movimentos sociais e populares”, diz a convocação assinada pela secretária-geral do sindicato nacional, Maria Regina de Avila Moreira.
 
“Como é sabido, o Andes-SN está na luta pelo Fora Bolsonaro, presente nas mobilizações em defesa da Educação Pública, dos Serviços Públicos e da Democracia, sobretudo frente a esse governo golpista, de ultradireita que ataca os direitos da classe trabalhadora e que hoje amplia sua escalada autoritária, com ameaças de ruptura com o regime político”, prossegue a convocação.
 
As manifestações convocadas pelos movimentos que compõem as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular ocorrerão no mesmo dia de atos programados para a leitura de documentos em defesa das eleições e contra o golpismo.

Universidades paulistas assinam manifesto encabeçado pela Fiesp

Nesta sexta-feira (5/8), o manifesto “Em Defesa da Democracia e da Justiça” foi publicado nos jornais. Setores econômicos e sociais que apoiam o governo de Jair Bolsonaro (PL) e/ou lucraram muito com ele assinam o documento, iniciativa encabeçada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Endossam o manifesto, por exemplo, a federação dos bancos (Febraban) e a do Comércio, Serviços e Turismo (Fecomercio), bem como entidades do agronegócio e da indústria médica.
 
Por sua vez, outras organizações empresariais expressivas, como as confederações nacionais da Indústria (CNI) e do Transporte (CNT), apesar de convidadas, não assinaram.
 
Bolsonaro, por sinal, cancelou sua participação numa sabatina agendada pela Fiesp exatamente no dia 11/8. O encontro, parte de uma rodada de debates com presidenciáveis na sede da federação, estava previsto para o dia 12 e havia sido antecipado a pedido do próprio Bolsonaro — que também cancelou um jantar com empresários marcado para a noite do dia 11.
 
No total, 107 entidades, organizações e instituições assinam o manifesto da Fiesp, entre elas as três universidades estaduais paulistas, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
 
Várias centrais sindicais também são signatárias, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Pública-Central do Servidor e a União Geral dos Trabalhadores (UGT).
 
“Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvamos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige reparos, não destruindo; somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não subtraindo-as com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados”, diz o texto.
 
A carta afirma que “a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios”, o que representa “o sentido maior do 7 de Setembro neste ano”.
 
“As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente”, diz ainda o documento.

Democracia se sente “acuada” e “sitiada”, afirma diretor da FD, cuja carta tem mais de 760 mil adesões

O manifesto encabeçado pela Fiesp será lido às 10h, no salão nobre da Faculdade de Direito (FD), no primeiro dos atos programados para a manhã do dia 11/8 na escola.
 
“Será um ato solene solene, em homenagem aos tribunais superiores, com a presença de professores de direito, diretores de faculdades de direito, economistas, juristas, empresários, setores muito representativos da sociedade brasileira, todos defendendo a legitimidade do processo eleitoral, todos defendendo a legitimidade do resultado das eleições a ser proclamado única e exclusivamente na forma da legislação brasileira pelo Tribunal Superior Eleitoral”, disse o diretor da FD,  Celso Campilongo, em vídeo divulgado nas mídias sociais.
 
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, deve ser um dos oradores da sessão.
 
Na sequência, às 11h30min, no pátio da faculdade, será lida a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!”, que no início da tarde desta sexta-feira (5/8) já havia recebido mais de 760 mil assinaturas.
O ato ocorrerá no mesmo local em que o professor Goffredo da Silva Telles leu a “Carta aos Brasileiros” em 1977, durante a Ditadura Militar (1964-1985).
 
O novo documento, considera Campilongo, reflete “as demandas do momento atual da sociedade brasileira, um momento no qual a democracia sofre pressões”.
 
“A democracia, eu poderia dizer, se sente acuada, sitiada, e a nova ‘Carta aos Brasileiros’ fará nada mais do que reafirmar a importância da democracia, das instituições, do processo eleitoral, do respeito à decisão soberana do povo brasileiro em urnas reconhecidamente tidas como muito confiáveis”, diz o professor.
 
O acesso às dependências da faculdade será controlado e restrito a pessoas previamente credenciadas. Haverá telões e carros de som no Largo de São Francisco para quem quiser acompanhar a manifestação, que também será transmitida pelo canal da FD no YouTube. A organização estima a presença de ao menos 5 mil pessoas.

Atos ocorrerão em vários campi e unidades do estado

Manifestações relacionadas à leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!” ocorrerão em várias unidades das universidades estaduais paulistas.
 
Na USP de Ribeirão Preto, a manifestação será realizada no auditório da Faculdade de Direito (FDRP), às 10h, com adesão de todas as unidades do câmpus. A 1ª vice-presidenta da Adusp, Annie Schmaltz Hsiou, vai compor a mesa, representando a entidade.
 
Em São Carlos, a Adusp é uma das organizadoras do Ato em Defesa da Democracia e pela Educação, que ocorre às 10h no Palquinho do Centro Acadêmico Armando Salles de Oliveira (Caaso).
 
Na Unicamp, a Associação dos Docentes (Adunicamp) e o Sindicato dos Trabalhadores (STU) participam do ato organizado pela Reitoria e por outras entidades a partir das 9h30min, no Teatro de Arena. Na sequência, a(o)s participantes vão acompanhar por telão a transmissão da leitura da carta na FD.
 
Na Unesp também há atividades previstas em vários campi. Em Botucatu, a Associação dos Docentes (Adunesp) e o Sindicato dos Trabalhadores (Sintunesp) participam do ato programado para as 11h, na rampa da Biblioteca. Em Presidente Prudente, a direção da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) convida para manifestação às 11h, na Praça dos Tamarindos.
 
Em Franca, a Congregação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) manifestou apoio integral ao documento, conclamando a comunidade a subscrevê-lo. O manifesto será lido às 11h na faculdade, que também vai enviar representantes ao ato da FDRP, a convite da organização.
 
 

EXPRESSO ADUSP


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