Defesa da Universidade
Adusp e Sintusp cobram suspensão de todas as atividades na USP e elaboração conjunta de um plano de contingência contra o novo Coronavírus
A 1a. vice-presidenta da Adusp, professora Michele Schultz Ramos, participou nesta segunda-feira (16/3) de uma reunião na Reitoria da USP para tratar do encaminhamento da suspensão de todas as atividades da universidade por conta da pandemia do novo Coronavírus.
No último sábado (14/3), as diretorias da Adusp e do Sintusp encaminharam carta aberta à Reitoria na qual solicitavam reunião para reivindicar a garantia da suspensão “de todas as atividades, inclusive as técnicas e administrativas”, a partir da terça-feira (17/3).
“A suspensão deve garantir o mesmo tratamento para estudantes, professoras/es, funcionárias/os autárquicas/os, celetistas ou terceirizadas/os, sem qualquer prejuízo, inclusive de salários e benefícios. Devemos elaborar conjuntamente um plano de contingência que inclua toda a comunidade da USP, sem discriminação. Entendemos que há atividades que não poderão ser interrompidas, tais como, hospital universitário, segurança, atividades dos laboratórios de pesquisa que, por exemplo, mantêm cepas de células ou animais de experimentação, entre outras”, postulam as entidades. “No entanto, não nos parece razoável que se estabeleça condutas que privilegiem alguns setores da comunidade e, por isso, acreditamos que podemos contribuir com a construção de medidas que sejam democráticas e universais, estendidas a todas e todos.”
A preocupação com os riscos da disseminação do novo Coronavírus é tão grande que, em algumas unidades, servidores e servidoras têm se reunido para deliberar sobre indicativos de paralisação ou início de greve já a partir de terça-feira.
Codage deve fazer levantamento de atividades e serviços essenciais
Embora tivessem solicitado a realização da reunião pela manhã, a vice-presidenta da Adusp e integrantes da Diretoria do Sintusp foram recebidos somente por volta de 13h pelo coordenador-executivo do gabinete do reitor, procurador Carlos Eduardo Trevisan de Lima.
Os representantes das entidades de docentes e de servidores técnico-administrativos entregaram cópia da carta aberta e salientaram a importância da construção de forma conjunta de um plano de contingência para enfrentar a disseminação do vírus, sem que as medidas sejam determinadas exclusivamente pela Reitoria. Por essa razão, pediram que seja agendada nova reunião para detalhar esse plano de contingência.
Argumentaram também, entre outros pontos, que o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) não possui os dados sobre doenças crônicas que podem ser agravadas pelo Covid-19, o que seria critério para que os servidores portadores dessas doenças tivessem ponto facultativo, conforme comunicado publicado pelo reitor neste domingo (15/3), com data de 16/3.
Outras preocupações ressaltadas foram a situação de serviços específicos, como o dos restaurantes universitários e das creches, e a necessidade de dar atenção especial aos trabalhadores e trabalhadoras terceirizados/as.
Trevisan de Lima informou que o reitor determinou que a Coordenadoria de Administração Geral (Codage), a Superintendência de Assistência Social (SAS) e as pró-reitorias da USP façam o levantamento detalhado dos serviços essenciais para estabelecer se e como ocorrerá possível e paulatina suspensão das atividades. Comunicou ainda que as reinvindicações das entidades seriam entregues ao reitor, que, segundo o procurador, tem recebido muitas demandas de diretores de unidades e de outros dirigentes da USP.
Aulas e outras atividades presenciais serão suspensas a partir de terça-feira
A Reitoria da USP deve divulgar ainda nesta segunda-feira (16/3) um novo comunicado, informou o procurador. No domingo (15/3), determinação do reitor Vahan Agopyan estabeleceu a suspensão das aulas presenciais de graduação (com exceção das atividades de internato dos alunos dos cursos da área da Saúde), de pós-graduação e de extensão, além das atividades culturais e de extensão, de eventos científicos e comemorativos, incluindo colação de grau, e de visitas aos museus mantidos pela USP.
Na sexta-feira (13/3), Agopyan divulgou comunicado cancelando eventos comemorativos e científicos na USP com mais de 100 pessoas, mas ainda relutava em suspender as aulas e outras atividades presenciais, a exemplo do que a Unicamp já havia determinado na quinta (12/3). Como mostrou reportagem do Informativo Adusp, uma vez confirmado o segundo caso de aluno da USP diagnosticado com a doença, em muitas unidades crescia a pressão para o cancelamento das aulas e de outros eventos.
Em entrevista coletiva no início da noite de sexta, o governador João Doria (PSDB) comunicou que as aulas nas escolas e universidades públicas e privadas do Estado deveriam ser interrompidas nesta semana. Foi só então que o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) informou sobre a suspensão das aulas presenciais a partir desta terça-feira também na USP e na Unesp.
As entidades demandam que, quando as atividades forem restabelecidas, os novos calendários e prazos sejam definidos coletivamente.
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